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Faltam 100 dias para o próximo Carnaval. Isso mesmo. A folia deste ano nem acabou e muito antes de 2015 já vai ter outra: será nos dias 14 e 15 de junho, em meio à Copa. Cerca de 15 trios vão fazer a festa no Comércio ou em Jaguaribe
Você já olhou na agenda quando cai o próximo Carnaval? Fevereiro? Esqueça. Aqui em Salvador vai ser nos dias 14 e 15 de junho – também conhecidos como o primeiro final de semana da Copa.
Nesses dois dias, não vai ter jogo em Salvador, nem do Brasil. Mas vai ter axé, pipoca, bloco e trios. O anúncio foi feito ontem pela prefeitura. A largada oficial será dada na segunda-feira, com uma reunião para definir como vai ser a micareta futebolística.
“A ideia é ocupar um espaço que não costuma ser ocupado no Carnaval tradicional”, explicou o secretário municipal de Desenvolvimento, Turismo e Cultura, Guilherme Bellintani. A disputa está entre a orla de Jaguaribe e a Praça Cayru, no Comércio – onde aconteceu o Reveillon 2014.
“Temos artistas já interessados e estamos conversando com uns 15 blocos para preservar as atrações de Salvador”, afirmou Bellintani, após apresentar o balanço da festa de 2014 , com o prefeito ACM Neto, na sala de imprensa do Carnaval, no Icba.
Balanço
A preparação da folia de 2015 (essa sim, em fevereiro — dia 17 é terça de Carnaval, pra você não ter trabalho de olhar a agenda) também começou ontem. Mesmo assim, as novidades deste ano devem ser mantidas e ampliadas. “Fizemos uma avaliação positiva. Claro que todas as mudanças precisam de aculturação. Aos poucos, as pessoas se acostumam”, disse Neto.
É o caso da mudança no circuito do Campo Grande, com a saída da Rua Carlos Gomes. “Abriu espaço para o folião e valorizou a Praça Castro Alves”, concluiu o prefeito. Neto disse que os problemas de atraso foram restritos ao domingo. “Foi operacional, por um atraso na saída do (bloco) Coruja. Na segunda-feira, não tivemos problemas”.
Outro que foi comemorado foi o Afródromo. A prefeitura cogita para 2015 um espaço próprio para os blocos afros (veja ao lado). O prefeito celebrou também o sucesso absoluto do Furdunço que, além de continuar, deve ser ampliado. “Ele (Furdunço) tem tudo para ganhar novos espaços no Carnaval também, nos dias de folia”, disse Bellintani.
O modelo de patrocínio da festa, que garantiu a exclusividade das cervejarias Schin e Itaipava nos circuitos, também deve ser mantido – mesmo que ele não tenha sido lá muito popular entre os foliões.
“Nós estamos satisfeitos com a Schin e a Itaipava e eles também estão. Elevamos o patrocínio de R$ 5 para R$ 20 milhões. Hoje, o Carnaval ajuda a cidade. É melhor investir R$ 20 milhões em serviços públicos ou permitir qualquer cerveja?”, retrucou o prefeito. No entanto, o contrato com a Schin e a Itaipava tem validade apenas para este ano.
Problemas
O maior problema para os foliões foi o transporte. No aplicativo Reclame Aqui, da Secretaria Estadual de Turismo (Setur), 60% das notificações foram queixas sobre táxis. Logo em seguida, vêm as reclamações com ônibus.
O superintendente da Transalvador, Fabrizzio Muller, admitiu que as empresas não estavam operando com a frota total. “Em vez de 15 ônibus, eles colocavam 10. Ameaçamos desfazer o contrato, para que as linhas voltassem a funcionar”, disse o superintendente da Transalvador, Fabrizzio Muller. Segundo ele, 930 ônibus foram autuados. O Sindicato das Empresas de Transporte (Setps) disse que ainda não havia sido notificado.
Os táxis também deram dor de cabeça. No sábado, o turista carioca João Rodrigues, 27, teve que ir a pé de um camarote em Ondina até a Ladeira da Barra. “Nenhum taxista queria nos levar”. Segundo Muller, 74 táxis foram apreendidos.
Apesar de tudo, o prefeito acredita que o trânsito fluiu sem problemas. “É unânime que o trânsito melhorou muito, pela criação de faixas para táxis e ônibus e por termos encaminhado adesivos para os moradores”, disse. Só que nem tudo foi confete – os adesivos foram falsificados. “Esse problema foi maior do que a venda. Para 2015, vamos tentar evitar isso”.
Se aliviar na folia também precisou de uma dose de paciência. “Os banheiros de contêiner eram bons, mas o problema era a fila. E os químicos do Farol da Barra estavam bastante sujos”, queixou-se o estudante Arthur Borges, 22.
A presidente da Empresa de Limpeza Urbana (Limpurb), Kátia Alves, disse que dobrou as equipes de higienização. “Nós colocamos uma pessoa responsável pela limpeza, para cada cinco banheiros. E aumentamos o número em 30%, em relação ao ano passado. Para o Carnaval da Copa, vamos rever isso e colocar a sinalização”, garantiu.
Fonte: Correio
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