A população de Feira de Santana não vai ficar prejudicada com a deflagração da greve dos médicos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), anunciada para a noite desta quinta-feira (27). Quem afirma é a secretária municipal de Saúde, Denise Mascarenhas, salientando que todos os profissionais de saúde têm obrigações com a comunidade. Ela garante que o atendimento vai ser ininterrupto e disse que as reivindicações apresentadas pelos médicos do Samu foram atendidas.
A secretária não confirmou se vai colocar alguma equipe da secretaria de prontidão para atender os casos de chamadas que não forem cobertos pelo Samu, mas ela assegura que dispõe de ambulâncias e caso for necessário vai colocá-las em ação, para reforçar o atendimento.
Na tarde de hoje, sete pequenas ambulâncias estavam estacionadas em frente ao prédio da Secretária de Saúde na Avenida João Durval. Segundo Denise Mascarenhas, elas vão fazer parte de uma central que vai ser criada no município para atender as policlínicas. A secretária negou que vá disponibilizar todas essas ambulâncias como um serviço paralelo ao do Samu, mas que eventualmente uma ou outra poderá ser utilizada durante esse período de greve.
Sobre a exoneração de Maísa Macedo, Denise Mascarenhas não reconhece como sendo ponto de reivindicação dos médicos em documento enviado a ela, datado de 12 de dezembro de 2013 pelo Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindmed). Ela negou que a secretaria tenha sido acionada por alguma entidade para apurar qualquer tipo de irregularidade praticada pela coordenadora do Samu, mas se isto acontecer dará uma resposta à comunidade.
Diretor do Sindmed confirma greve
O diretor do Sindmed, Roberto Andrade, que também trabalha no Samu, confirmou que a greve vai ser deflagrada a partir de hoje por tempo indeterminado. Ele disse que foram cumpridas todas as normas legais para uma greve e assegurou que a população não vai ficar prejudicada porque o serviço vai funcionar, embora seja apenas com 30% dos profissionais de saúde. “O corpo médico está disponível e vai atender todas as urgências vermelhas, que são de responsabilidade do Samu”, afirma.
Ele disse que vão estar disponíveis apenas três ambulâncias: duas do suporte básico e uma do suporte avançado. Roberto informou que Feira de Santana tem uma defasagem do número de médicos que atuam no Samu. “Só o prefeito tem o poder de acabar ou de manter essa greve e tudo depende do atendimento de nossas reivindicações”, afirmou, acrescentando que a paralisação tem por finalidade chamar a atenção das autoridades e da população para o aperfeiçoamento do serviço.
Roberto Andrade apresentou como ponto principal para acabar a greve a exoneração da coordenadora, a enfermeira Maísa Macedo. Ele reconhece que algumas solicitações que constam na pauta de reivindicações como a ampliação do número de linhas telefônicas, de mais médicos, de equipamentos e melhores condições de trabalho já foram atendidas pelo prefeito.
Fotos: Ney Silva/Acorda Cidade