Mercado de trabalho

Faltam oportunidades ou o modelo de trabalho mudou rápido? Presidente da Acefs comenta dificuldades do mercado

Empresas feirenses passaram a sentir dificuldade para encontrar profissionais atuantes em funções específicas.

Currículo - Imagem ilustrativa
Imagem ilustrativa - Foto: Freepik

O mercado de trabalho vem passando por constante transformação, de um lado empregadores que não conseguem preencher vagas abertas com facilidade, do outro uma geração que deseja rotina mais flexível e por isso opta por outros modelos de trabalho. Para muitos, ainda tem a terceira questão: onde estão os profissionais aptos para o mercado do trabalho formal.

Para participar desta discussão o Acorda Cidade conversou com Genildo Melo, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Feira de Santana. Ele considera a discussão extremamente importante, apesar de muitas vezes gerar polêmicas.

Faltam oportunidades ou o modelo de trabalho mudou rápido? Presidente da Acefs comenta dificuldades do mercado
Genildo Melo, presidente da Acefs – Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“Existe uma polêmica muito grande. Está faltando emprego ou está faltando pessoas qualificadas para ocupar esses cargos? Existem pessoas qualificadas para ocupar esses cargos, mas essas pessoas querem trabalhar? Enfim, isso é uma incógnita que precisa ser melhor esmiuçada para a gente poder entender melhor o momento que nós estamos vivendo.”

Com a entrada de novas gerações na geração de renda, novas ocupações também vêm sendo criadas, a exemplo dos trabalhos envolvendo imagem e internet. Para Genildo, não é possível comparar a juventude de cada geração, mesmo porque a tendência natural é a evolução dos aspectos culturais e profissionais.

“Nós não podemos atribuir apenas e tão somente a um problema dessa juventude atual. Nós não podemos comparar a juventude de 30, 40 anos atrás com a juventude de hoje. Essa nova geração, eles têm outros meios para se entreterem, existem outros meios, o meio digital está aí pronto para ser utilizado e isso tem mudado muito a cabeça dos jovens”.

Genildo considera importante a realização de pesquisas para respostas mais concretas sobre o que mudou, e como lidar com essas mudanças.

“Eu entendo que é preciso que haja um entendimento preciso, que haja uma pesquisa. Isso deve partir do Ministério do Trabalho juntamente com a sociedade civil organizada, e aí eu incluo as entidades empresariais, como a Associação Comercial, que sim, tem realmente feito um trabalho de observação em cima dessas situações.”

Segundo o presidente, a forma que a Associação Comercial e Empresarial de Feira de Santana encontrou para ajudar a classe empregadora foi pensar em projetos especiais. Com exclusividade, ele contou ao Acorda Cidade que está trabalhando em um projeto com concessionárias que estão com dificuldade de encontrar profissionais para executar determinadas funções.

“Muito recentemente, nós fomos procurados por um grupo de concessionárias, e as maiores concessionárias de Feira de Santana estão tendo uma grande dificuldade para trazer novos profissionais para cargos dentro da área de manutenção. Ou seja, precisa de um recepcionista, de um balconista de peça, um chapista, um mecânico. Neste momento, nós não estamos tendo uma renovação nesses quadros. O jovem não está querendo mais aprender a profissão de chapista, de pintor, por ter justamente outras oportunidades.”

Para auxiliar nesta dificuldade a Associação prepara um Feirão de Empregabilidade que está em fase de planejamento.

“Nós estamos trabalhando esse projeto a várias mãos, inclusive estamos chamando a Casa do Trabalhador para participar desse projeto, que é um órgão que está ligado ao desenvolvimento econômico da cidade, justamente para nós formatarmos um grande projeto, onde nós vamos disponibilizar as áreas aqui da Associação Comercial, não apenas para treinamento dessas pessoas, mas para que as empresas de RH das cidades, as empresas de Feira de Santana possam neste momento ter contato com pessoas que queiram.” 

A Associação já havia criado um convênio entre o Senai e as empresas que estão precisando de profissionais na área da manutenção (concessionárias e oficinas), para que fosse possível localizar profissionais qualificados de maneira mais assertiva.

Faltam oportunidades ou o modelo de trabalho mudou rápido? Presidente da Acefs comenta dificuldades do mercado
Gestores de concessionárias em visita ao Senai – Foto: Reprodução

“Fomos recebidos lá pela área de treinamento do Senai onde foi apresentado todos os projetos que o Senai tem justamente na formação de novos profissionais. Então, as concessionárias estão aderindo a esses convênios, assinando convênios com o Senai justamente para captar esses jovens profissionais que possam ocupar essas vagas que estão em aberto hoje nas concessionárias.” 

Ainda sobre o Feirão de Empregabilidade, Genildo reafirmou que a associação também pode ser uma ponte entre o empregador e o candidato.

“Jovens estão sendo convidados também a apresentarem seus currículos apresentarem as suas pretensões aqui na Associação Comercial, justamente para a gente utilizar dessa capilaridade que tem a Associação Comercial junto às empresas e levar até essas pessoas que queiram trabalhar.”

No momento, o projeto é focado em atender à concessionárias e segmentos afins, mas deve ser brevemente expandido.

“Nesse primeiro momento, nós estamos fazendo com um segmento específico, que é o segmento das empresas distribuidoras de veículos em nossa cidade, na área de manutenção, na área de serviço, juntamente com oficinas de grande porte em Feira de Santana. Nesse primeiro momento, esse é o trabalho que já está em andamento. O Feirão de Empregabilidade é um projeto que está sendo trabalhado aqui pela Associação Comercial e eu não tenho dúvida nenhuma que isso irá ajudar bastante a mudar um pouco esse cenário que nós estamos vivendo nesse momento, levando até as empresas que precisam, candidatos que queiram trabalhar também.”, conclui Genildo Melo.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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