No Brasil, uma média de 25 pessoas morrem por dia devido a acidentes domésticos. Ao todo, foram 9,3 mil casos de mortes apenas em 2023, segundo um levantamento do Ministério da Saúde. A principal causa ainda são as quedas do mesmo nível (5 mil casos), seguido por engasgo (764); quedas de escada, degraus ou para fora de edifícios (568); injeção de conteúdo gástrico (366) e choque elétrico (346).
Enfermeira e professora do curso de Enfermagem da Universidade Salvador (Unifacs), Djenane Fernandes opina que os primeiros socorros devem ser ensinados desde a infância, uma vez que, identificando os problemas e quando chamar o apoio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), evitam-se maiores danos à saúde e há menos riscos de complicações.
Para a especialista, o primeiro procedimento após identificar um acidente doméstico é observar se há riscos para novos acidentes. “Em seguida, deve-se avaliar a vítima e se ela está consciente ou pode se movimentar sozinha. Deve-se observar se há sinais de hemorragia e chamar por ajuda”, explica a enfermeira.
Ela complementa que atadura, gaze, soro e esparadrapo são itens essenciais em um kit de primeiros socorros domésticos.
Primeiros socorros
Saber o que fazer ao identificar um acidente doméstico é muito importante, pois minimiza os riscos e garante mais eficácia durantes as emergências. Djenane Fernandes lembra que cada tipo de acidentes exige um cuidado diferenciado. Por exemplo, em caso de um corte com sangramento intenso deve-se fazer compressão com tecido limpo para diminuir a perda de sangue e chamar o Samu o mais rápido possível.
Já no caso das quedas com suspeita de fratura, que é a principal causa de acidente doméstico, a orientação é manter a vítima imóvel, na mesma posição da queda, e aguardar a chegada do Samu. Para evitar acidentes, principalmente com idosos e crianças, algumas dicas são: manter o piso seco, evitar obstáculos que possam causar tropeços, como tapetes e móveis, e manter o ambiente bem iluminado.
“Para queimaduras, a primeira coisa a se fazer é resfriar a área atingida com água corrente, em temperatura ambiente, e proteger o ferimento com pano limpo. Não se deve usar nenhuma substância química ou que deixem resíduos sólidos. Em seguida, a vítima deve ser encaminhada para o serviço de emergência”, orienta a professora da Unifacs, integrante da Ânima Educação.
Em casos de engasgos, segunda maior causa de morte por acidentes domésticos, a enfermeira diz que o primeiro passo é estimular a tosse na vítima. Caso não haja sucesso, é preciso fazer percussão nas costas – também conhecida como tapotagem ou técnica de batidas na região das costas. Se ainda assim a causa da obstrução não for expelida é necessário realizar a manobra de Heimlich – caracterizada pela compressão abdominal, com a vítima em pé e de costas para o socorrista.
Em caso de reação alérgica, a docente orienta que a primeira conduta deve ser identificar o agente causador da alergia e observar os sinais de dificuldades respiratórias e de diminuição de consciência. Caso seja necessário, a vítima deve ser encaminhada imediatamente para o serviço de emergência.
“Independentemente do tipo de acidente doméstico, uma lição é muito importante: jamais realize procedimentos de primeiros socorros que você não tenha domínio”, finaliza Djenane Fernandes.
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