Daniela Cardoso
Oitenta e quatro entes públicos que trabalham no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), em Feira de Santana, serão demitidos. A secretária municipal de Saúde, Denise Mascarenhas, confirmou a informação e disse que a solicitação foi do secretário estadual de Saúde, Jorge Solla.
Os entes públicos são funcionários contratados pela prefeitura municipal em convênio com a secretaria estadual de Saúde. Eles estavam com três meses de salários atrasados, mas segundo Denise, os valores já foram pagos.
Apesar do Estado ser o responsável pela transferência do pagamento dos funcionários ao município, o governador Jaques Wagner pediu ao prefeito José Ronaldo para fazer o pagamento, alegando que o Estado não recebeu a verba federal.
“O Estado nos solicitou que a partir do mês de março, nós desligássemos essas pessoas e que eles iriam assumir as contratações para preencher as vagas. Eles já vinham sinalizando que isso iria ocorrer, já que os entes públicos só tinham aqui em Feira de Santana. Nós estamos cumprindo o que nos foi solicitado”, afirmou.
Denise disse ainda que o setor de Recursos Humanos da prefeitura já fez os ofícios das demissões e já entrou em contato com alguns funcionários. Ela afirmou que a prefeitura não tem a intenção de reaproveitar esses profissionais. “Essa decisão é um direito do Estado. Cada um tem seu planejamento e temos que respeitar”, ressaltou.
O diretor do Sindicato dos Enfermeiros da Bahia, Edklércio Mendonça, disse ao Acorda Cidade que o governo do estado ainda não passou nenhuma informação oficial sobre as demissões, nem para os sindicatos, nem para os funcionários.
“A única informação que temos é dos entes públicos que estão recebendo a ligação solicitando que eles se apresentem à secretaria para reincidir o contrato, onde eles teriam até o dia 28 de fevereiro como atuação no Clériston Andrade”, afirmou.
O diretor do sindicato lembrou que o contrato dos entes públicos tem vigência de dois anos, renovável por mais dois anos. Ele diz não entender os motivos das demissões. “Não estamos entendendo qual é a manobra do Estado no sentido de demitir os entes interrompendo o contrato, em benefício de algum outro tipo de contratação”.
Edklércio informou que conversou com a presidente do Sindicato dos Enfermeiros da Bahia para que sejam tomadas todas as providências necessárias. “Antes disso, estamos tentando entender a situação. Os entes são considerados pessoas jurídicas e não teriam a cobertura sindical, mas individualmente entramos com uma ação contra o governo do estado devido a essa situação”.
O diretor do sindicato disse que não tem como saber se as demissões são por questões políticas, mas que diante dos fatos, o Estado está deixando transparecer que sim. “O governo fez uma seleção reda no ano passado para várias Dires e apesar de o Clériston já ter anunciado sua necessidade de contratação, não foi contemplado. Além disso, foi realizada outra seleção e os funcionários foram encaminhados somente para hospitais de Salvador”, afirmou.
As informações são do repórter Paulo José do Acorda Cidade