Estudante cria farinha para autistas com enxaqueca e busca apoio para representar Bahia em feira científica nacional

Aos 17 anos, a estudante Gloria Esther Reis Serra de Oliveira, moradora de Feira de Santana e aluna do 3º ano do Ensino Médio na Escola SESI José Carvalho, se prepara para representar a Bahia na Feira Brasileira de Iniciação Científica (FEBIC), que acontecerá de 8 a 12 de setembro, em Joinville, Santa Catarina.

O projeto de Gloria nasceu da constatação de uma necessidade real em que muitas crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) apresentam seletividade alimentar, dificultando o consumo de nutrientes essenciais. Aliado a isso, estudos apontam que pessoas com autismo têm maior predisposição à enxaqueca, muitas vezes associada à baixa ingestão de triptofano, um aminoácido fundamental para a produção de serotonina, neurotransmissor ligado à regulação do humor e da percepção da dor.

Com base nessa lacuna, a jovem desenvolveu uma farinha natural, sem glúten e rica em triptofano, que pode ser incorporada facilmente em receitas como bolos, cookies e vitaminas, facilitando o consumo por pessoas com seletividade alimentar.

“Essa farinha tem como objetivo atender pessoas com autismo que sofrem de enxaqueca. Mas, quem sabe, daqui a algum tempo, ela venha a beneficiar qualquer pessoa que deseje melhorar sua ingestão de triptofano de forma prática e saudável. Por ser um alimento versátil, pode ser incorporado em diferentes receitas, facilitando o consumo mesmo em casos de seletividade alimentar. O retorno que tive ao apresentar o projeto foi bastante positivo. Nas etapas classificatórias da Feira Brasileira de Iniciação Científica (FEBIC), recebi reconhecimento pela relevância social e científica da pesquisa. Os avaliadores destacaram a inovação, o impacto na inclusão alimentar e o potencial de aplicação prática. Isso me deu ainda mais motivação para continuar e aprimorar o trabalho. Fui destaque nacional, aprovada para representar meu projeto na FEBIC, um evento científico de alcance nacional”, compartilhou.

O trabalho foi estruturado em etapas, desde a pesquisa bibliográfica até a produção experimental e testes de cor, sabor, textura e odor. Atualmente, Gloria está na fase das análises físico-químicas e pretende avançar para a etapa sensorial, avaliando a aceitação do produto pelo público-alvo.

“Meu sentimento foi de uma felicidade profunda por ter a sorte de mostrar o meu trabalho e também de levar o nome de Feira para o Sul do país. Eu quero que todos se orgulhem dessa representação e que vejam que aqui no Nordeste a gente também faz uma ciência de qualidade com potencial de mudar muitas vidas. O meu sonho para o futuro é continuar no caminho da ciência, expandir essa pesquisa para que lá na frente a farinha possa chegar às famílias e realmente ajudar pessoas com autismo e com enxaqueca. Eu também quero inspirar outros jovens, especialmente nordestinos, a acreditarem no poder transformador da ciência e a verem que, com dedicação e persistência, é possível fazer a diferença”, declarou a jovem pesquisadora.

No entanto, para participar do evento, a estudante precisa de apoio financeiro para custear despesas com a viagem. “Estou em busca de patrocinadores que acreditem no poder transformador da ciência e me ajudem a levar essa pesquisa para a FEBIC”, afirmou.

Ao Acorda Cidade, Gloria contou que pretende cursar Medicina na Universidade Estadual de Feira de Santana e continuar aprimorando o projeto até que a farinha possa ser comercializada e chegue às famílias que precisam.

Para contribuir com o projeto e ajudar Gloria a representar Feira de Santana na FEBIC:
Pix: (75) 99122-2833 — Gloria Esther Reis Serra de Oliveira/Nubank

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