De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 40% da população adulta no Brasil tem colesterol alto. No dia de alusão ao Dia Mundial de Combate ao Colesterol, 8 de agosto, o cardiologista Luciano Bastos fez um alerta sobre o que as pessoas têm colocado no prato e influenciado diretamente os níveis de colesterol, tanto para o bem quanto para o mal.
Em entrevista ao Acorda Cidade, ele explicou como a alimentação pode ajudar a controlar o colesterol e prevenir doenças cardíacas. Nessa balança, o vilão pode estar no fast food do fim de semana ou no jeito como você prepara aquele ovo do café da manhã.
O HDL, ou “colesterol bom”, remove o LDL, o “colesterol ruim”, das artérias para o fígado, onde é eliminado. Quando o LDL está alto e o HDL baixo, aumenta o risco de problemas cardíacos. Para o médico, com pequenas mudanças no cardápio, é possível proteger o coração sem dietas malucas.
Frutas vermelhas, castanhas, azeite de oliva, aveia, abacate, peixes ricos em ômega-3, como salmão e sardinha, vegetais e fibras são aliados no equilíbrio do colesterol.
“Quando você vai comprar um produto industrializado, olhar a etiqueta de informação nutricional. Todo alimento industrializado vem uma etiqueta com a quantidade de gordura total, saturada, trans, que são maléficas, então fica atento”. A dica é buscar produtos e marcas que tenham uma menor taxa de gordura.
Fast foods são especialmente prejudiciais, carregados de gorduras ruins, como frituras e estão associados ao aumento de colesterol até em crianças.
“Essa comida preparada de forma mais rápida, esses fast foods de forma alguma vão ser saudáveis. São carregados em gordura trans, gordura saturada. E por isso que a gente vê hoje tantas crianças com taxa de colesterol elevada. No final de semana, as filas são enormes e geralmente são crianças consumindo isso. Por isso a gente vê tanta gente já desde cedo com problema de colesterol”, alertou.
🍳 Ovo: amigo ou inimigo?
Segundo o médico, nenhum alimento é ruim. O segredo está na forma de preparo. Ovos fritos fazem mal, mas ovos cozidos, por exemplo, são ideais. Recomenda-se de dois a três ovos por dia, mas para quem tem colesterol alterado, o ideal é de dois a três por semana.
Produtos lácteos, por exemplo, devem ser do tipo light, que vão ter um percentual menor de gordura comparado com o produto normal.
🍇 Frutas ajudam no controle do colesterol
Nem só de restrições vive uma dieta saudável. Segundo o médico, há alimentos que ajudam a equilibrar o colesterol como o genipapo.
“O genipapo, as frutas ricas em fibras também, como limão, laranja; as frutas vermelhas morango, framboesa, então outras frutas também interferem bastante, contribuindo na redução do colesterol ruim e otimizando o colesterol bom, como a uva”, indicou.
Só a alimentação pode ser suficiente?
Depende do caso e do histórico familiar. De acordo com o cardiologista, quando há predisposição genética, pode ser necessário medicamento além de alimentação e exercícios. Na maioria dos casos, mudanças de hábitos são suficientes para controlar o colesterol.
“Muitos dos casos que a gente vê no consultório, apenas mudanças de hábito, em termos de exercícios e alimentação, são suficientes para a gente ter um bom controle do colesterol”.
Para Luciano, o prato ideal é o brasileiro. Colorido, com feijão, arroz, saladas e proteína, garantindo vitaminas e minerais essenciais.
“Eu falo que um prato equilibrado é aquele bem colorido. A gente bota alface, tomate, cenoura, beterraba, arroz, feijão e uma proteína. A gente vai ter aí diversas vitaminas e minerais necessários no nosso dia a dia”.
Outra dica importante do cardiologista é não deixar a responsabilidade somente no prato. É importante desde já começar a cuidar da saúde no presente.
“Não deixe pra segunda-feira começar sua atividade física. Comece hoje fazendo uma caminhada, mude seus hábitos, introduza uma salada crua ou cozida, evite excesso de molhos e produtos industrializados para que a gente possa ter uma velhice mais saudável, com qualidade de vida.”.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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