Feira de Santana

'80% dos comerciantes do Feiraguay são legalizados', afirma presidente da Avamfs

Com 560 boxes, uma variedade de produtos como confecção, bijuteria, calçados, eletroeletrônicos, ferramentas, entre outros, podem ser encontradas no Feiraguay.

Daniela Cardoso
 
Cartão postal de Feira de Santana, o centro comercial Feiraguay é alvo de críticas pela predominância de produtos 'piratas'. Porém, essa situação, segundo o presidente da Associação dos Vendedores Ambulantes (Avamfs), Nelson Dias, vem se modificando. Ele afirma que a associação está trabalhando para resolver isso e ressalta que 80% dos comerciantes são legalizados.
 
“Uma das coisas que temos feito para resolver o problema dos produtos contrabandeados é regularizar os comerciantes. A situação hoje é estável, com 80% das pessoas legalizadas, com empresas abertas. Hoje qualquer pessoa que adquirir um ponto dentro do Feiraguay recebe uma declaração da associação dizendo que ela está pronta para ir à Receita Federal e abrir sua empresa. Isso já é um grande passo”, avalia.
 
 
Nelson disse que outra medida da associação foi ir a Brasília, há cerca de dois anos, para conversar com o secretário nacional da Fazenda sobre a questão. “Nós tivemos três grandes operações no Feiraguay e resolvemos ir a Brasília. Depois disso, não tivemos mais nenhuma”.
 
Alguns comerciantes confirmam que são legalizados e que fornecem notas fiscais aos consumidores. “Não tive dificuldade para fazer a legalização. Minha empresa é aberta e eu emito nota fiscal”, destaca o comerciante Domingos Ferreira. O consumidor João Vitor afirma que já comprou produtos no Feiraguay com nota. “Já comprei produtos, como roupas e sapatos, e recebi nota fiscal”, contou.
 
Comerciantes e clientes cobram melhorias
 
 

 
O comerciante Domingos Ferreira também fala sobre a estrutura do local, que, segundo ele, necessita de melhorias. “O Feiraguay é um comércio que atende não só o pessoal de Feira de Santana, como também de outras cidades. Temos alguns problemas como falta de segurança, mas o nosso presidente está trabalhando para deixar tudo certo e a cada dia que passa está melhorando”.
 
Sandro Santana, comerciante no local há sete anos, diz que os próprios comerciantes fazem as adequações necessárias. “Temos aqui produtos de diversos segmentos, mas não tem a estrutura necessária. Os comerciantes fazem algumas adequações para o trabalho diário, mas o nosso cliente é que sente falta de um estacionamento, de rampas de acesso, de uma praça de alimentação”.
 
O consumidor João Vitor também cobra melhorias para o centro comercial. “Aqui tem muita variedade de produtos, novidades. Sempre venho aqui, mas acho que precisa melhorar algumas coisas como o piso, que é alto e muitas pessoas caem, e também o telhado, pois quando chove molha em algumas lojas”.
 
 
O comerciante Ju Santos considera que a estrutura está praticamente abandonada. Segundo ele, precisa de segurança, conforto para os clientes, precisa melhorar os banheiros, estacionamento e ter praça de alimentação. “Falta alguém para resolver toda essa situação, pois a falta de estrutura reflete negativamente nas vendas”.
 
Variedade de produtos
 
Com 560 boxes, uma variedade de produtos como confecção, bijuteria, calçados, eletroeletrônicos, ferramentas, entre outros, podem ser encontradas no Feiraguay. Segundo Nelson Dias, a maioria dos produtos é de origem chinesa. Segundo ele, apenas 20% são produtos nacionais. “Aqui é um shopping popular que tem de tudo um pouco”, afirma Nelson.
 
 
E a variedade de produtos é justamente uma das coisas que atrai o auxiliar de escritório José Lima. “Aqui tem uma grande variedade. A gente encontra de tudo um pouco. Além disso, o preço é mais em conta, a gente negocia, consegue um desconto. O atendimento é 10”.
 
Público diversificado
 
 
Com toda a sua variedade de produtos, o Feiraguay recebe muitas pessoas de outras cidades. A funcionária pública Lucineide de Carvalho, do município de Campo Formoso, visitou o shopping popular pela primeira vez e ficou admirada.
 
“Estou admirada com as coisas. Tem muitas novidades com preços acessíveis que na minha cidade não se encontra. Gostei demais. Eu vim só para conhecer, mas acabei comprando. Gostei da estrutura, dos produtos, de tudo”.
 
Segundo Nelson Dias, um público muito variado, de outras cidades e até estados, frequenta o Feiraguay. Segundo ele, 80% das placas dos carros que ficam no estacionamento administrado pela associação não são de Feira de Santana.
 
Chineses
 
Sobre a grande quantidade de comerciantes chineses no Feiraguay, Nelson Dias disse que não existe um controle. Ele afirmou que alguns comerciantes locais se incomodam, pois os chineses vendem mais barato, já que eles têm fornecedores com preços mais baixos.
 
“No início os chineses foram sabidos e ofereciam valores mais altos do que o ponto valia. Assim ganharam o espaço. Temos um projeto para fazer um grupo de 10 pessoas para ir à China para poder fazer compras e assim trabalhar com os mesmos preços dos estrangeiros”, informou.
 
Com informações e fotos são do repórter Paulo José do Acorda Cidade