
Uma operação da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR/DEIC) de Feira de Santana resultou na condução de seis pessoas suspeitas de integrar uma organização criminosa especializada em aplicar golpes por meio da internet. A ação foi deflagrada nesta segunda-feira (21) e revelou a estrutura de um verdadeiro “escritório do crime” instalado em um apartamento localizado bairro Kalilândia.
Segundo o delegado José Marcos, titular da DRFR, os suspeitos anunciavam produtos como relógios, perfumes, joias e roupas de grife em redes sociais, especialmente no Instagram, com o objetivo de atrair lojistas de diversas partes do país. Após o pagamento, as vítimas recebiam caixas vazias ou sequer recebiam qualquer mercadoria. “Eles montaram uma estrutura de call center com computadores, embalagens e etiquetas. Filmavam mercadorias para enganar os compradores e depois enviavam caixas lacradas, porém vazias”, explicou o delegado.
As investigações apontam que o grupo atuava desde o período da pandemia e pode ter lesado centenas de pessoas em diversos estados, como São Paulo, Alagoas, Sergipe, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e municípios da Bahia. Até o momento, não há registro de vítimas em Feira de Santana.
Durante a ação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em três endereços: além do apartamento onde funcionava o suposto escritório, outros dois imóveis também foram alvo da operação, um deles localizado no bairro SIM. No total, dois homens e quatro mulheres foram levados à delegacia, mas apenas uma foi liberada.
Ainda de acordo com o delegado, os criminosos chegavam a alugar imóveis por até R$ 6 mil mensais, valor que reflete o alto faturamento obtido com a atividade ilícita. Um dos mandados foi cumprido em uma residência de alto padrão, onde também foi apreendido um veículo modelo Range Rover Evoque, que está sob perícia, assim como um HB20, por suspeita de adulteração.
“O que nos chamou atenção foi o volume de operações realizadas ainda hoje pela manhã. Só nas primeiras horas do dia, o suposto call center já havia atendido dezenas de pessoas interessadas nas compras. Com esse ritmo ao longo de anos, é possível imaginar o montante de dinheiro envolvido”, destacou José Marcos ao Acorda Cidade.
A quadrilha era formada por moradores de Feira de Santana. A Polícia Civil segue investigando o caso e reforça que, mesmo quando os crimes não ocorrem diretamente na cidade, mas têm origem ou ligação com o município, as investigações serão aprofundadas. “Feira é um importante entroncamento no estado e, por isso, estamos atentos também a crimes cometidos em outras regiões, mas que nascem ou se organizam aqui”, concluiu o delegado.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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