Capacitar para transformar. Essa foi a ideia do evento Giro Filantropia, promovido pela Rede Filantropia, uma Organização da Sociedade Civil (OSC) de São Paulo. A formação gratuita aconteceu pela primeira vez em Feira de Santana, nesta quarta-feira (16), no auditório do Centro Cultural Sesc e reuniu representantes de diversas entidades sociais para um dia de capacitação e troca de conhecimentos voltados ao fortalecimento do terceiro setor.
O evento, que já passou por mais de 100 cidades no Brasil e na América Latina, tem como foco qualificar gestores de OSCs, antes chamadas ONGs, para atuarem com mais eficiência na administração das instituições. Segundo Roberto Ravagnani, coordenador de cursos da Rede Filantropia, o objetivo do Giro é levar conhecimento prático e atualizado aos envolvidos em ações sociais.
“São palestrantes, cada um com um tema específico, renomados do Brasil todo, e que vêm aqui trazer um pouco desse conhecimento, de inspiração também para que os gestores possam cada vez mais fazer melhor o seu trabalho dentro das suas causas”, afirmou Ravagnani ao Acorda Cidade.
O terceiro setor são entidades privadas sem fins lucrativos que atuam principalmente para desenvolver atividades de impacto social, sempre na tentativa de cuidar da sociedade, do meio ambiente e tudo que há nele, seja nas áreas da saúde, educação, direitos humanos, entre outros.
A exemplo, são voluntários que constroem a Afas (Associação Feirense de Assistência Social), a AAPC (Associação de Apoio a Pessoas com Câncer) e a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e que atualmente cumprem a missão de ajudar inúmeras famílias em situação de vulnerabilidade na região.
“O terceiro setor é um dos maiores mercados hoje no Brasil. Movimentam um grande número de pessoas, de recursos financeiros e é por isso que toda uma cadeia de pessoas envolvidas se interessa pelo tema”, acrescentou o coordenador.
A capacitação abordou temas como captação de recursos, parcerias, elaboração de projetos, voluntariado, legislação e uso de tecnologia no terceiro setor. O evento contou com a parceria do Sesc Feira de Santana, do programa Mesa Brasil, além do apoio de empresas patrocinadoras.
“Esperamos que venham mais vezes para poder abarcar esse público de Feira e do entorno. Aqui nós temos comunidades terapêuticas, associações, centros comunitários, instituições de longa permanência, então uma gama de organizações sociais”, destacou a assistente social Claudine Leal, do Mesa Brasil.
Entre os participantes, estava a coordenadora da “Somos Todos Aviários”, do bairro Aviário, em Feira. Fundada em 2016, a organização atende 100 crianças, adolescentes e suas famílias, mas ainda enfrenta dificuldades para captar recursos por não contar com apoio público.
“É um evento muito importante para a gente, porque adquire conhecimento, ações sociais, abre porta. Tudo que a gente adquirir aqui, eu tenho certeza de que vai servir para estar colaborando com a instituição”, disse a coordenadora da entidade, Renata Santiago, ao Acorda Cidade.
Sem apoio do poder público, a organização é mais uma de Feira de Santana que realiza o trabalho social, contando apenas com a disposição dos apoiadores e voluntários. Por isso, a capacitação é imprescindível para que esses grupos encontrem estratégias para manter um serviço tão necessário de pé.
“Conhecer, entender, saber como funcionam os editais, quais são as portas que a gente pode estar procurando ajuda. E o Sesc, através do Mesa Brasil, também tem nos ajudado a ter esse conhecimento, então eu acho o programa muito importante”, acrescentou Renata.
A Rede Filantropia, responsável pelo evento, atua há mais de 20 anos de forma independente, sem apoio de governos, e se mantém por meio da oferta de cursos e treinamentos, alguns pagos e outros gratuitos, como o Giro Filantropia. Segundo Ravagnani, empresas privadas também podem contratar a organização para capacitações direcionadas a colaboradores e comunidades.
Para quem atua ou deseja atuar no terceiro setor, iniciativas como o Giro Filantropia são fundamentais para profissionalizar a atuação social e garantir ainda mais o impacto positivo junto às comunidades.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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