Julgamento

Padeiro é condenado a mais de 13 anos de prisão por assassinato de professor em Feira de Santana

O crime ocorreu em 27 de outubro de 2021. O corpo do professor foi encontrado dois dias depois, enterrado nos fundos de uma padaria em construção na Rua Andaraí, no bairro Jardim Cruzeiro.

Professor - José Eduardo - Jardim Cruzeiro - Foto - Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal

Após mais de 15 horas de julgamento, o Tribunal do Júri de Feira de Santana condenou o padeiro Clodoaldo de Oliveira Souto a 13 anos e 2 meses de prisão, em regime fechado, além de 20 dias-multa, pelo assassinato do professor José Eduardo Menezes Castro de Jesus. O julgamento aconteceu na quarta-feira, 9 de julho, no Fórum Filinto Bastos, e foi conduzido pela juíza Márcia Simões Costa, com atuação do promotor Vitor Matias.

O crime ocorreu em 27 de outubro de 2021. O corpo do professor foi encontrado dois dias depois, enterrado nos fundos de uma padaria em construção na Rua Andaraí, no bairro Jardim Cruzeiro. De acordo com a investigação da Polícia Civil, concluída em novembro daquele ano, José Eduardo foi morto com golpes de pá. Segundo apurado, a vítima e o acusado tinham um relacionamento amoroso.

Julgamento - padeiro - professor - Foto - Aldo Matos
Foto: Aldo Matos

O julgamento teve início às 8h30 e só foi encerrado por volta das 23h. Durante o júri, foram ouvidas testemunhas, familiares e os advogados de defesa, Emanoel Lopes e Bruno Lopes.

“Era um homem de paz”, diz irmã da vítima

A irmã do professor, Maria José Castro, acompanhou todo o julgamento e conversou com o repórter e radialista Aldo Matos. Bastante emocionada, ela lamentou a perda do irmão e as versões apresentadas pela defesa do réu.

Maria José - Foto - Aldo Matos
Foto: Aldo Matos

“Eu estou muito chateada, porque meu irmão era a pessoa mais correta. Todo mundo conhecia meu irmão. Era de paz, meu irmão era de paz. E eu estou vendo calúnias aí, muita mentira, dizendo que meu irmão estava tentando atropelar a pessoa. Se eles tinham relacionamento esporádico, não era um relacionamento amoroso, porque meu irmão tinha uma pessoa que ele gostava. Eu era confidente de meu irmão”, afirmou.

Maria José também relembrou o último contato que teve com o irmão, um dia antes do crime.

“Passei na casa do meu filho, vizinho dele, e vi meu irmão rapidamente. No dia seguinte, ele foi morto pelas costas. Se o réu diz que estava sendo ameaçado, por que matou meu irmão com uma pancada na cabeça pelas costas? Meu irmão era de paz. Que a justiça seja feita, é só isso que eu espero.”

Defesa argumenta emoção e bom comportamento

Advogados Defesa - Emanoel Lopes e Bruno Lopes - Foto - Aldo Matos --
Advogados de defesa, Emanoel Lopes, à esquerda e Bruno Lopes à direita | Foto: Aldo Matos

O advogado de defesa, Dr. Emanoel Lopes, que saiu da cidade de Caicó, no Rio Grande do Norte, para participar do júri, destacou que Clodoaldo de Oliveira é um homem tranquilo, com bom comportamento na prisão, onde trabalha na cozinha da unidade.

“Ele não tem histórico de agressividade ou outros crimes. É bem visto no presídio. E foi uma situação que poderia acontecer com qualquer pessoa. Num momento de emoção, de se sentir atacado ou ameaçado, uma reação pode acontecer. Não estou dizendo que é certo, mas é algo que será debatido em plenário. O importante é que a justiça seja feita”, declarou o advogado antes do fim do julgamento.

Com a condenação, Clodoaldo de Oliveira Souto deverá cumprir a pena em regime fechado, como determinado pela Justiça.

A sentença foi proferida após o Conselho de Sentença declarar o réu culpado.

Com informações do repórter e radialista Aldo Matos do programa Nas Ruas e na Polícia

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