
A ex-diretora do Conjunto Penal de Eunápolis,Joneuma Silva Neres, de 33 anos, está sendo acusada de ter se relacionado com um interno do presídio. Ela também é acusade de envolvimento com facções criminosas e foi indiciada por facilitar a fuga de 16 detentos do presídio, em dezembro de 2024. Um dos fugitivos morreu em confronto com policiais civis em janeiro deste ano e os demais ainda não foram recacturados.
Além de Joneuma, outras 17 pessoas foram indiciadas pelo Ministério Público do estado (MP-BA). Entre elas, um ex-coordenador de segurança do presídio, cargo de confiança da ex-diretora. Os dois estão presos.
As informações sobre a suposta participação da ex-diretora do presídio no crime estão no processo do caso, ao qual a TV Bahia obteve acesso.
Segundo o g1, o processo mostra que, desde que assumiu o cargo, em março de 2024, a gestora chamou a atenção das autoridades, muito pelas regalias dadas aos presos. Segundo informações presentes no documento, ela autorizou a entrada irregular de roupas, freezers, ventiladores e sanduicheiras.
O ex-coordenador de segurança da unidade foi uma das pessoas que revelaram as irregularidades. Em um dos depoimentos, o ex-coordenador contou que a ex-diretora do presídio atendia a diversas exigências feitas, principalmente, por Ednaldo Pereira de Souza, o Dadá, um dos fugitivos.
O homem apontado pela polícia como chefe de uma facção de Eunápolis, que é ligada a outro grupo criminoso do Rio de Janeiro (RJ). Ele estava preso na unidade penal até o dia 12 de dezembro, quando aconteceu a fuga em massa.
Entre as regalias apontadas no depoimento, está o acesso de visitas. o ex-coordenador apontou que a esposa de Ednaldo “passou a ingressar no conjunto penal, sem qualquer inspeção, mediante autorização da diretora”.
Outros relatos indicaram ainda que Joneuma e Ednaldo viveram um relacionamento amoroso, com relações sexuais, dentro do presídio.
Esse detalhe não foi relatado pelo ex-coordenador de segurança da unidade prisional, mas o ex-coordenador mencionou que Joneuma e Ednaldo tinham “encontros frequentes, que ocorriam na sala de videoconferências, sempre a sós, com uma folha de papel ofício obstruindo a visibilidade da porta pela abertura de vidro”.
O homem disse também que “as reuniões eram sigilosas e geravam estranheza entre os funcionários devido à regularidade e longa duração”.
Quando foi presa, no dia 24 de janeiro deste ano, Joneuma estava grávida. O bebê nasceu prematuro e segue com ela na cela, no Conjunto Penal de Itabuna, na mesma região do estado.
Em entrevista à TV Bahia, Jocelma Neres, irmã e advogada de Joneuma, nega a existência de um caso entre ela e Dadá.
“A gente não sabe quem foi que articulou tudo isso, mas ela está sofrendo as consequências de um crime que não cometeu. Ela nunca teve nenhum relacionamento com essa pessoa”, afirmou.
A advogada também destaca a preocupação com o sobrinho seguir no presídio com a mãe. “O presídio não é ambiente para uma criança recém-nascida e a família está desesperada, sem ter o que fazer. A gente não tem condições de estar lá com ela, pelo fato de ser uma cidade longe, e não ter recursos financeiros para estar lá”, desabafou.
Já o advogado Artur Nunes, que também representa Joneuma, explicou por que alguns benefícios eram concedidos aos detentos. “Dentro de uma unidade prisional, a gente entende, vive muito de negociação, no sentido de manter, ao máximo, a ordem da unidade prisional, evitar problemas, [evitar] que conflitos entre eles ocorram”, disse.
Com informações do g1
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