Feira de Santana

Relatório aponta morte de criança, mas família contesta

Um relatório de uma equipe médica da unidade afirma que a criança está morta, mas a família contesta com base em um exame feito no Hospital Jorge Valente, em Salvador.

Daniela Cardoso e Ney Silva
A estudante Laís Conceição da Silva, 8 anos, residente no bairro Parque Ipê, em Feira de Santana, está internada desde o dia 2 de dezembro no Hospital Estadual da Criança (HEC) com diagnóstico de tumor no cérebro. Ela fez uma cirurgia e entrou em coma.

Um relatório de uma equipe médica da unidade afirma que a criança está morta, mas a família contesta com base em um exame feito no Hospital Jorge Valente, em Salvador.

 
A assessoria de comunicação do HEC informou que, de acordo com o diretor do Hospital Estadual da Criança, Mateus Simões, a paciente respira com o auxílio de aparelhos. Ainda segundo o diretor, o diagnóstico de morte encefálica está confirmado, inclusive a Defensoria Pública já foi informada sobre a ocorrência.
 
De acordo com o coordenador das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) pediátricas do HEC, Dr. Sandro Nunes, a morte encefálica da criança foi constatada por exames clínicos e eletroencefalograma assinados por dois médicos, sendo um intensivista pediátrico e um neurocirurgião. 
 
Ele afirma que os médicos não trabalham em unidades de transplante. O coordenador disse que a família pediu uma arteriografia cerebral, que foi realizada no Hospital Jorge Valente, em Salvador, há uma semana. O exame foi reavaliado e o diagnóstico de morte cerebral foi confirmado. 
 
Já a tia de Laís, a auxiliar de escritório Alcir Silva Conceição, disse que a família precisa da liberação da menina, que está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HEC, para que ela seja transferida para Salvador. Ocorre que, provavelmente, nenhuma unidade hospitalar da capital deve aceitar a transferência com o diagnóstico da equipe médica do HEC, que afirma que a menina está morta.
 
Segundo Alcir, após a cirurgia no HEC, Laís teve uma parada cardiorrespiratória e depois uma infecção hospitalar, o que a levou a um coma induzido. Depois que a estudante foi retirada do coma, ela não retornou. Apesar disso, a tia garante que Laís tem sinais de vida, porém o hospital diz que ela está morta. 
 
“Abriram um protocolo com base em um eletroencefalograma e nesse exame comprovou uma atividade cerebral, mas o hospital diz que é um problema na máquina e que ela está morta. Levamos o exame para Salvador, onde médicos nos disseram que ele não serve para um diagnóstico final de comprovação de morte. A família pediu o exame correto, que é uma angiologia cerebral dos quatro vasos. Fizemos esse exame em Salvador e comprovamos que ela está viva, mas o HEC nega aceitar esse exame, porém não aceitamos”, relata.
 
A tia da criança disse que a família vai procurar a Justiça para tentar resolver a situação. “Estamos buscando a Defensoria Pública para interferir, pois acreditamos que enquanto tiver vida, temos que lutar. Queremos uma transferência e já estamos aguardando uma vaga em Salvador, mas acho que o hospital não vai querer internar uma criança diagnosticada como morta”, explicou.