Vida de Pet

Festas juninas: como proteger os animais do ruído dos fogos de artifício?

A sensibilidade auditiva e a falta de costume com o barulho são fatores que resultam em uma experiência desagradável para cães e gatos

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Cuidados com cães e gatos no São João
Foto: Freepik

É chegada a época junina, e com isso começa também uma preocupação constante dos tutores de cães e gatos: o som dos fogos. É que os pets normalmente reagem com maior sensibilidade ao barulho e durante o São João, assim como nas festas de fim de ano, esse é um tipo de ruído inevitável.

Para falar sobre o assunto e orientar sobre como lidar com essa situação, nossa reportagem conversou com o médico veterinário Erivaldo Nogueira. Ele explicou em entrevista ao Acorda Cidade, como funciona os sentidos dos animais.

“Até os seres humanos, as crianças, quando não estão adaptados àquele ruído, sentem muito nessa época do ano. Então, os animais, eles ficam altamente estressados. É um ruído que eles não estão acostumados.”.

Veterinário Erivaldo Nogueira
Erivaldo Nogueira, veterinário – Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

O veterinário explica que os sentidos dos animais são muito mais aguçados que os dos seres humanos, então a visão é melhor, a percepção e tato mais sensível, e a audição mais intensa. Logo, um ruído como os dos fogos, que para nós normalmente não é tão exagerado, para eles soa bem mais desconfortável.

Uma solução que Erivaldo sugere para amenizar o desconforto é realizar um trabalho de condicionamento, uma espécie de treinamento ao longo do ano para quando chegar as festas juninas o animal esteja acostumado com barulho.

“Toda vez que você começa com um simples ‘traquezinho’, e você dá um brinde ao animal, você faz o condicionamento, dá um presente, uma coisa que ele vai sentir prazer. Então é assim que você vai fazer o condicionamento dele para que ele não sofra nesse período”, explicou o veterinário ao Acorda Cidade. 

Para os animais que ainda não estão acostumados, é comum que eles se escondam na tentativa de se proteger. Uma dica que o doutor recomenda são os protetores de ouvido, tomando cuidado para não esquecer de retirar depois. 

Erivaldo alerta também para que nesse caso, os tutores se preocupem em manter o animal em local protegido, dificultando a fuga, atitude comum quando os animais se sentem ameaçados.

“Eles ficam totalmente incomodados, tendem a correr para debaixo do sofá, ou subir em algum local. Existe uma tendência quando o ruído é mais próximo, eles podem fugir, e fugindo, eles ficam totalmente perdidos, sujeitos a serem atropelados, por exemplo.”.

O que evitar

Além das dicas sobre o que fazer, o médico ressalta também sobre o que não fazer com o pet nesses momentos. Há uma tendência da utilização de sedativos, mas sem a devida recomendação médica, utilizar esse tipo de medicamento pode ao invés de ajudar, gerar problemas maiores.

“É preciso saber como está o organismo desse animal, que droga será utilizada, porque de repente esse animal é um cardiopata, e você não sabe. Essa droga pode fazer com que esse animal venha até a morrer. Então evite o uso, o mais importante é o condicionamento, até porque não pode utilizar por tantos dias seguidos, tem o efeito tóxico, então é perigoso para a saúde do animal.”.

Outros cuidados

Apesar de uma das principais, os ruídos dos fogos não são a única preocupação. Incidentes envolvendo queimaduras e intoxicação alimentar também são comuns nas emergências para pets nesta época.

Conforme destacou o veterinário durante entrevista ao Acorda Cidade, também é comum que o animal confunda alguns tipos de fogos de artifício com brinquedos, o que motiva eles a irem atrás sem saber que podem se machucar.

“Você joga às vezes, tipo um osso, tipo uma bola. Ao jogar um fogo de artifício aceso, ele pode confundir isso aí como se fosse uma coisa de brinquedo. E aí que acidentes chegam às vezes nos hospitais, de animais com a mandíbula fraturada, ou queimados devido a isso.”

Nas confraternizações, a abundância de comidas e bebidas, exige a atenção redobrada dos tutores. Muitas vezes por um descuido o animal pode ingerir algo que apesar de parecer tranquilo, pode ser tóxico para o organismo dele.

“Tem que ter cuidado e não deixar que eles peguem aquelas sobras, os tipos de bebidas que as pessoas podem deixar no local, muito licor, muita coisa, e os animais às vezes vão passar e vão beber e podem se intoxicar com aquilo. Podem ter problema gastroentérico, infecções intestinais.”, evidenciou o médico veterinário.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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