Meio ambiente

Dia Mundial do Combate à Desertificação: ambientalista fala sobre processo que põe em risco os ecossistemas

O ambientalista João Dias explicou as causas e falou sobre práticas para evitar o processo que prejudica o meio ambiente e seres humanos

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O dia 17 de junho foi instituído em 1995 como Dia Mundial do Combate à Seca e à Desertificação. A data tem por objetivo conscientizar e sensibilizar as pessoas sobre um processo que acontece naturalmente, mas pode ser acelerado por práticas não sustentáveis do ser humano. A desertificação é o processo de degradação da terra que colabora com a perda de produtividade do solo.

Quem explica mais sobre este assunto é o diretor de Educação Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Feira de Santana (Semmam), o ambientalista João Dias. Ele conversou com a reportagem do Acorda Cidade sobre as causas e quais os passos para evitar que o solo chegue neste estado de seca.

“O desmatamento causa a desertificação, também a mineração e práticas agrícolas inadequadas que não tem a orientação técnica correta para cuidar do solo, além do desequilíbrio no clima. Com as mudanças climáticas, o processo pode ser acelerado no planeta e por isso a necessidade que nós temos de desenvolver práticas que controle a desertificação”.

João Dias alerta que são diversos os fatores que podem colaborar com o agravamento desse processo, no entanto, um dos principais, é a falta de técnica nas atividades agrícolas.

“Além do desmatamento e das queimadas, que têm influência muito forte, tem a questão da produção agrícola e também da pecuária extensiva, que tem que ter bastante cuidado para que faça o manejo das pastagens de forma correta e evite o desmatamento.”

Ele explica que alguns cuidados são essenciais para evitar esse tipo de processo que prejudica o próprio agricultor e pecuarista, além de toda a comunidade civil. O ambientalista relata sobre as principais práticas preventivas.

“Buscar orientação técnica para quando for produzir, não realizar práticas que nós chamamos de insustentáveis, ou seja, roçar, capinar, queimar e deixar o solo nu para o solo não perder seus nutrientes. Isso, porque o solo tem naturalmente a parte fértil que é produzida por bactérias, formigas, besouros, fungos e também essa questão natural precisa de cobertura de vegetação para que a vida continue, a vida dos micro-organismos que faz com que o solo seja produtivo. Você retirando a proteção do solo, torna esse solo totalmente infértil.”

O alerta vai para que produtores rurais e fazendeiros não manejem as propriedades sem orientação técnica, e principalmente que conserve áreas de proteção como beira dos riachos, lagos, rios e topos de morros e serras.

Segundo João, no Nordeste, poucas são as regiões que não foram afetadas pela desertificação, ele mencionou também parte do Sudeste, no Estado de Minas é uma área de atenção para as secas. 

“As pessoas geralmente imaginam quando se fala de deserto, no deserto do Saara, deserto do Atacama, mas existem hoje vários lugares no mundo, inclusive aqui na região Nordeste, com princípio e desenvolvimento de desertificação agravado. Devido ao clima semiárido e às mudanças climáticas, estão muito suscetíveis às secas e ao processo de desertificação.”

O excesso de chuvas é um fator que dependendo da situação do solo, também pode ser prejudicial. “Se o solo estiver desprotegido, a chuva forte vai levar a camada produtiva do solo e aí não vai ter mais como nascer árvores, nem grama, nem capim e de forma geral termina esse lugar ficando deserto.”, explicou durante a entrevista.

Quando um lugar entra em processo de desertificação é possível reverter, mas não é tão simples. Evitar é sempre o caminho mais fácil.

“Fácil não é, porque tem a ver com o clima, mas com vontade política, com pessoas técnicas e com recursos é possível recuperar. Agora, é muito melhor prevenir de que depois de degradado ter que recuperar. Por isso, a região nordeste demanda dos prefeitos, dos governadores, das pessoas que trabalham com o meio ambiente e da sociedade em geral, um cuidado ainda mais minucioso com a vegetação, com o solo e com a água, por conta desse processo que é muito prejudicial à sobrevivência dos ecossistemas e dos próprios seres humanos.” ressaltou o profissional.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

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