Dados do módulo de Educação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) 2024, divulgados pelo IBGE na última sexta-feira (13), mostram que a média de anos de estudo das pessoas de 25 anos ou mais na Bahia subiu para 8,9. O avanço representa uma retomada após a estabilidade registrada em 2022 e 2023, quando a média permaneceu em 8,6 anos. Apesar disso, o estado ainda tem a 7ª menor média entre as 27 unidades da Federação. A pesquisa também abordou a taxa de analfabetismo.
No Brasil, a média passou de 9,9 para 10,1 anos. Os maiores níveis foram registrados no Distrito Federal (12,1), Rio de Janeiro (11,2) e São Paulo (11,0). Os menores ficaram com Paraíba (8,5), Alagoas (8,5) e Maranhão (8,6).
Na Bahia, mulheres apresentaram média de 9,4 anos de estudo, superior à dos homens (8,5). Pessoas brancas tinham média de 9,5 anos, frente a 8,8 anos das pessoas pretas ou pardas.
Mesmo com avanços, mais da metade da população adulta da Bahia (51,4%) ainda não completou o Ensino Básico, que inclui os níveis Fundamental e Médio. O dado representa 5,021 milhões de pessoas e coloca o estado com a 7ª maior proporção do país. A taxa é superior à média nacional, de 44,0%.
Os estados com maiores índices de adultos sem o Ensino Básico completo são Piauí (57,0%), Paraíba (56,6%) e Alagoas (56,0%). Os menores foram observados no Distrito Federal (26,9%), Rio de Janeiro (34,5%) e São Paulo (35,8%).
A proporção de adultos com Ensino Superior completo na Bahia também segue abaixo da média nacional. Em 2024, 13,6% das pessoas de 25 anos ou mais no estado tinham esse nível de formação, totalizando 1,329 milhão. A taxa cresceu em relação a 2022 e 2023 (11,9%), mas segue como a 2ª menor do país, acima apenas do Maranhão (12,5%). No Brasil, a média é de 20,5%. Distrito Federal (38,9%), São Paulo (25,9%) e Rio de Janeiro (25,5%) lideram o ranking.
Na Bahia, mulheres tinham maior percentual de Ensino Superior completo (15,9%) do que os homens (11,0%). Entre pessoas brancas, 21,2% haviam concluído esse nível de ensino, contra 11,9% entre pretas ou pardas.
Taxa de analfabetismo tem queda, mas Bahia ainda lidera em número absoluto de pessoas analfabetas
O número de pessoas analfabetas na Bahia caiu pelo terceiro ano consecutivo, alcançando o menor patamar da série histórica da PNADC Educação, iniciada em 2016. Em 2024, 1,165 milhão de pessoas de 15 anos ou mais não sabiam ler nem escrever um bilhete simples. A redução em relação a 2023 foi de 3,8% (menos 46 mil pessoas).
Mesmo com a queda, o estado segue com o maior número absoluto de analfabetos do país. A taxa de analfabetismo ficou em 9,7%, frente a 10,2% no ano anterior. O índice é o 9º mais alto do Brasil, abaixo do registrado em Pernambuco, e permanece dentro do grupo dos estados nordestinos que lideram o ranking. As maiores taxas foram observadas em Alagoas (14,3%), Piauí (13,8%) e Paraíba (12,8%). As menores foram no Distrito Federal (1,8%), Santa Catarina (1,9%) e Rio de Janeiro (2,0%).
A taxa nacional de analfabetismo caiu de 5,4% para 5,3%, totalizando 9,131 milhões de pessoas. A meta do Plano Nacional de Educação (PNE) previa a erradicação do analfabetismo até 2024 e uma taxa de 6,5% já em 2015, mas nenhum estado atingiu o objetivo final, e 11 estados, incluindo todos os do Nordeste, não cumpriram a meta intermediária.
Na Bahia, 58,3% das pessoas analfabetas tinham 60 anos ou mais, o que representa 679 mil idosos. A taxa de analfabetismo entre essa faixa etária é de 28,4%, quase o triplo da taxa geral para a população com 15 anos ou mais no estado.
Em 2024, na Bahia, 2 em cada 10 pessoas de 15 a 29 anos não estudavam nem trabalhavam; entre as mulheres, proporção era de 3 em cada 10
Segundo os dados divulgados pelo IBGE, na Bahia, em 2024, 2 em cada 10 pessoas de 15 a 29 anos não estudavam nem estavam ocupadas em trabalho remunerado, situação em que viviam 22,3% da população dessa idade, ou 758 mil pessoas em números absolutos.
Essa proporção diminuiu pelo quarto ano consecutivo (desde 2019): era de 24,4% em 2023, representando 822 mil pessoas de 15 a 29 anos.
Apesar da redução, o percentual baiano, em 2024, ainda superava o do país como um todo (18,5%) e se mantinha como o 11º maior entre os 27 estados . Acre (30,0%) Alagoas (28,5%) e Maranhão (28,4%) lideravam nesse indicador, enquanto os menores percentuais estavam em Santa Catarina (10,8%), Rio Grande do Sul (13,1%) e Paraná (14,1%).
Na Bahia, a percentagem de pessoas de 15 a 29 anos que não estudavam nem tinham trabalho remunerado não mostrava diferença significativa entre pretos ou pardos (22,3%) e brancos (22,0%), mas a desigualdade por sexo era marcante. Enquanto 14,3% dos homens jovens estavam nessa situação, a proporção mais que dobrava e ia a 30,0% entre as mulheres.
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