Em nova ação integrada no Sudeste, região escolhida por líderes de facções como esconderijo, um traficante foragido da Justiça da Bahia foi preso na manhã desta segunda-feira (2), na cidade de São Paulo.
A Operação Último Ato foi promovida pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) Bahia e São Paulo, além das Polícias Militar (Rondesp Leste) e Civil (DH-Feira).
O integrante de uma facção, parceiro de uma organização criminosa paulista, possuía dois mandados de prisão por crimes graves contra a vida. Em SP, o traficante usava documentos falsos.
Além de determinar os assassinatos, a investigação aponta que o criminoso chegou a participar de algumas execuções na cidade de Feira de Santana.
Com ele as equipes das Forças Estaduais e Federais apreenderam um veículo, celulares e documentos falsos.
Ações de inteligência seguem intensificadas com o objetivo de capturar líderes de facções escondidos em outros estados da federação.
Em entrevista ao Portal Acorda Cidade, o delegado titular da Delegacia de Homicídios (DH) de Feira de Santana, Gustavo Coutinho, informou que, com a autorização da Vara do Júri, foi possível acessar a residência do investigado. Durante a ação, foram apreendidos diversos celulares que, segundo o delegado, podem conter informações valiosas para o desmantelamento da facção. “Vamos extrair dados desses aparelhos para aprofundar as investigações e, com certeza, outras prisões serão realizadas”, completou.
O suspeito já havia sido condenado em fevereiro de 2025, após júri popular, a 16 anos e meio de prisão por homicídio qualificado. “Ele foi um dos responsáveis por inúmeros homicídios cometidos entre 2014 e 2016, principalmente atuando para a facção liderada por Rafael da Rua Nova, que também foi morto. Mesmo morando em São Paulo, ele continuava comandando o grupo criminoso à distância”, revelou o delegado.
Um dos crimes atribuídos ao suspeito ocorreu em 2014, na Feira X, quando ele filmou a execução de um adolescente de 16 anos. “No vídeo, ele aparece torturando e atirando na vítima, que implorava para não morrer, e ainda ri durante o crime. Esse vídeo circulou muito nas redes sociais e teve grande repercussão. Agora, ele vai pagar por esse crime”, enfatizou Coutinho.
Sobre o panorama geral dos homicídios na cidade, o delegado ressaltou que as investigações continuam intensas. “A delegacia não para. Temos um número razoável de investigadores e cinco delegados trabalhando comigo. Com a redução dos homicídios em 2025, conseguimos avançar também nas investigações de casos antigos. Já representamos por diversos mandados de prisão e estamos articulando uma nova operação para combater a violência nos bairros mais afetados”, destacou.
Questionado sobre o caso mais recente, o assassinato do proprietário de uma academia de musculação, o delegado explicou que o inquérito foi relatado pela delegada Fernanda, que já enviou o procedimento ao Ministério Público. “A autora confessou o crime, mas houve muitas contradições. Acredito que a delegada vai representar pela prisão preventiva e, caso isso aconteça, vamos divulgar oficialmente à imprensa”, concluiu.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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