Feira de Santana

Oficina do Pnae reúne representantes de cidades baianas para discutir Agricultura Familiar na escola

Segundo a Companhia de Desenvolvimento de Ação Regional, cerca de 60% dos municípios baianos estiveram presentes no evento representados pelos 420 participantes.

Oficina do Pnae reúne representantes de cidades baianas para discutir Agricultura Familiar na escola Oficina do Pnae reúne representantes de cidades baianas para discutir Agricultura Familiar na escola Oficina do Pnae reúne representantes de cidades baianas para discutir Agricultura Familiar na escola Oficina do Pnae reúne representantes de cidades baianas para discutir Agricultura Familiar na escola
Evento sobre agricultura familiar na escola - Centro de Convenções
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Nesta sexta-feira (30), Feira de Santana sediou a Oficina Estadual do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) com foco na união entre Agricultura Familiar e alimentação escolar. O evento promovido pelo Governo do Estado da Bahia aconteceu no Centro de Convenções contando com representantes de boa parte das 417 prefeituras baianas, incluindo prefeitos(as) e secretários(as) municipais de Educação e Agricultura, além de cooperativas e associações da agricultura familiar baiana. 

A equipe de reportagem do Acorda Cidade foi ao local onde conversou com Rowenna Brito, secretária estadual de Educação que falou sobre o propósito do evento. “É uma alegria estar em Feira de Santana para poder debater como a gente pode aproximar ainda mais os produtores das nossas unidades escolares da rede estadual de educação, e também das redes municipais.”

Secretária Estadual de Edução, Rowenna Brito em evento sobre agricultura familiar na escola
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“O Estado da Bahia, só na rede estadual, temos 500 milhões para aquisição de alimento escolar e nós queremos que todo esse orçamento seja dedicado para fortalecer o campo. Nós estamos falando de um Estado com dimensões como o da Bahia, com uma diversidade de produção, de agricultura, de produção, de pecuária, de produção de peixe. Então, a gente precisa botar isso na alimentação dos nossos estudantes. E é muito bom quando a gente chega e eles estão ali tomando café com cuscuz, que a gente sabe da produção de onde veio, que é uma produção que é orgânica, a gente sabe da qualidade do alimento e é importante a gente fazer esse link e aproximar. E é mais do que a aquisição também, é garantir segurança alimentar e nutricional para os estudantes da Bahia.”, acrescentou Rowenna.

Evento sobre agricultura familiar na escola - Centro de Convenções
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

A secretária também falou sobre o encontro ser um passo para vencer uma das dificuldades enfrentadas no processo. “Na verdade, o que a gente tem é a dificuldade da organização dessa cadeia produtiva, de sentar com os prefeitos, de sentar com as cooperativas, para a gente industrializar da melhor forma possível. Mas a gente sabe que os municípios têm feito um esforço grande, a gente tem colocado agroindústria em várias localidades e a gente quer que essas agroindústrias entreguem também para as nossas unidades escolares.” 

Um exemplo de alimento básico que segundo a secretária há uma tentativa de estimular maior produção e aquisição é o ovo. “A gente tem provocado que nos nossos municípios, onde a gente tenha essa capacidade, que a gente produza ovo. A gente precisa colocar ovo caipira na alimentação. Não tem nada mais gostoso que um ovo caipira. No café da manhã, dos estudantes, no lanche, para fazer o bolo. Agora a gente quer ampliar, o meu desejo é que a gente consiga colocar mel, peixe, a tilápia, bode, cacau em pó para a gente poder qualificar a alimentação dos estudantes.” finalizou.

Jeandro Ribeiro, presidente da Companhia de Desenvolvimento de Ação Regional (CAR) esteve no evento e também falou com a reportagem do Acorda Cidade sobre os objetivos da oficina.

Presidente da CAR, Jeandro Ribeiro em evento sobre agricultura familiar na escola
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“O conceito máximo da agricultura familiar é produzir um alimento para o seu autoconsumo. Se eu vou produzir para mim e minha família consumir, eu jamais vou botar qualquer tipo de agrotóxico ou agroquímico naquele produto. Então, essa máxima da agricultura familiar, com a política pública, ela extrapolou as fronteiras da sua própria residência e o excedente ele está comercializando. E se tem um mercado que ele tem que chegar primeiro é a alimentação escolar. Por isso a gente entende que essa agenda de hoje é capaz de dar essas respostas que os diretores de escola estão precisando escutar, que é de fato ter a agricultura familiar como fornecedor da alimentação da rede pública de ensino, seja estadual ou municipal.”

Jeandro também ressaltou que ainda existem alguns desafios, mas que é esse tipo de encontro ajuda a dissolvê-los. “O primeiro desafio é quebrar a barreira do desconhecimento, ou seja, os diretores, gestores municipais, secretários, têm que conhecer a produção da agricultura familiar, sair daquela máxima que a agricultura familiar só produz produtos in natura. Legumes, verduras, essas coisas, a agricultura familiar produz muito mais além disso. Então a gente quebra primeiro essa etapa.”

“A segunda é o processo burocrático, a gente sabe que não é fácil, há uma liturgia a ser seguida. Hoje a gente está trazendo as ferramentas para que a gente possa facilitar a vida do diretor de escola com as ferramentas necessárias para fazer a aquisição. E o último desafio, é a capacidade de entrega, então a gente elencou alguns produtos que podem ser entregues no âmbito estadual, outros no âmbito municipal e outros no âmbito territorial. Esse recorte foi feito e por isso a gente acredita muito que o resultado desse evento é o alimento saudável na mesa dos meninos e das meninas da rede pública de ensino.”

Evento sobre agricultura familiar na escola - Centro de Convenções
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Sobre a parceria entre estado e município, Jeandro informou que essa pauta tem caminhado bem. “Os gestores municipais, eles estão muito sensíveis a essa pauta porque ele sabe que o agricultor que vende ali, aquela produção, ele bota o dinheirinho dele no bolso e vai no mercado local, vai na lotérica fazer uma fezinha, vai no supermercado comprar aquilo que ele não produz, vai na loja de vestuário. Então ele retroalimenta a economia do seu município. Por isso, os gestores estão muito sensíveis a essa pauta”, concluiu.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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