Os moradores do bairro Caseb, em Feira de Santana, estão enfrentando dias difíceis. Ruas esburacadas, poeira, lama, dificuldade de acesso às casas e um sentimento de descaso tem marcado a rotina de quem vive na Rua Paraguai, Rua Juiz de Fora e na Primeira Travessa Juiz de Fora. O motivo? Uma obra de esgotamento sanitário realizada pela Embasa que, segundo relatos, está há mais de dois meses inacabada.
Rua Paraguai: “Deixou a rua toda bagunçada”
“Tem mais de 30 dias que estão nessa situação, as ruas, tanto lá no Paraguai como a outra. A Embasa abriu a rua, quebrou tudo aí, você vê quantos buracos. Isso foi antes da Semana Santa”, relatou a radialista Rosália Matos ao Acorda Cidade.
Segundo os moradores, o problema é visível em toda a extensão da rua. Em alguns pontos, o calçamento foi refeito de forma precária, sem compactação adequada, e com as chuvas, parte do material cedeu. Para Vivaldo Lima, que mora em frente à área danificada, a situação se agravou com o tempo. “Pra sair, eu tive que colocar uns troncos ali pra ajudar, senão, o carro afunda. Quando eu tenho que sair de noite ou de manhã, é sempre esse tormento”, acrescentou.
Morador há 36 anos, Mário César também lamentou o estado da via. “O calçamento sempre foi perfeito. Esse pedaço que quebraram está todo danificado. Botaram um glacê por cima do bolo, não compactaram o chão. Ninguém pode sair de casa com seus carros.”
Além do transtorno para os veículos, os pedestres também enfrentam dificuldades. José Raimundo reforçou que o mesmo problema que tem afetado o dia a dia dos moradores, afeta a rotina de quem precisa passar pela região. “Fizeram um calçamento e não compactaram direito. A chuva veio, interrompeu o calçamento e está descendo rua abaixo.”
Dona Isa, moradora antiga da Rua Paraguai, reclamou que a sujeira e o barro já tomam conta das casas. “Ontem um senhor quase caía ali dentro. E essa sujeira na porta da gente. Quando chove, a situação fica pior. A lama quase entra na casa. A gente limpa, mas é um meleiro danado.”
Dona Aurianei, que vive no bairro há 55 anos, denunciou também que além do piso, a rede hidráulica das residências também foi danificada. “A Embasa veio fazer essa rede de esgoto e deixou aí dois meses tudo acabado. Quebra a encanação da gente, a gente fica sem água nas casas, fica o vazamento o tempo todo e eles não se responsabilizam em vir consertar”, afirmou ao Acorda Cidade.
Na mesma rua, Maria Lúcia Magalhães e Joanita do Santos Pereira também relataram as mesmas dificuldades. “Acabou com a rua, deixou a rua toda bagunçada. Nunca mais ninguém apareceu pra terminar”, disse Joanita do Santos Pereira, de 80 anos.
Rua e Travessa Juiz de Fora: “Está acabada”
Na Rua Juiz de Fora e na Primeira Travessa Juiz de Fora, transversais da Rua Paraguai, a situação é semelhante. Ainda em entrevista ao Acorda Cidade, os moradores relataram que a via também foi aberta pela Embasa para intervenção na rede de esgoto, mas permanece sem reparo desde então.
Del, conhecido como “Del da Só Quentinha”, reclamou da demora. “Tem dois meses. O pessoal não pode colocar o carro na garagem. Tá acabada. Tem que falar com o governador, com o prefeito, reformar isso aqui”, afirmou Del da Só Quentinha, que mora na região há 44 anos.
Seu Gilberto Cardoso, de 92 anos, vive na travessa há quase 60 anos. Para ele que é idoso e precisa se locomover com mais cuidado é ainda pior. Ele relembra com carinho o esforço pessoal que fez para melhorar o lugar. “Isso era uma barroca. Eu aterrei tudo carregando aterro, beneficiei meu cantinho.”
Os moradores agora cobram uma solução imediata da Empresa Baiana de Água e Saneamento, a Embasa. Segundo eles, há um jogo de empurra entre a empresa e a empreiteira responsável pela obra, enquanto a Prefeitura também é criticada por falta de fiscalização.
O que diz a Embasa?
O Acorda Cidade entrou em contato com a Embasa que deu o seguinte retorno através de nota:
Em atenção ao questionamento, informamos que equipes a serviço da Embasa estão no bairro Caseb fazendo a recomposição do pavimento, mas as chuvas dos últimos dias têm atrasado a conclusão dos serviços. Tão logo as chuvas cessem, será possível a devida compactação do solo e o avanço e conclusão da recomposição.
Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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