Saiba o que pensa ACM Neto sobre a aproximação entre o prefeito José Ronaldo e o governador Jerônimo

Durante a sessão solene que concedeu homenagens à Família Magalhães, evento realizado pela Câmara de Vereadores de Feira de Santana na quinta-feira (8), um assunto dominou as rodas de conversa em torno de ACM Neto: a opinião dele sobre a recente aproximação de José Ronaldo (União Brasil) e o governador Jerônimo Rodrigues (PT).

Neto, que recebeu o título de cidadão feirense e a Comenda Maria Quitéria, foi questionado diversas vezes sobre o assunto. Com fala serena e esbanjando habilidade em tratar de forma natural assuntos controversos, característica inerente do carlismo, o ex-prefeito de Salvador reforçou a existência do laço entre ele e Ronaldo.

“Minha relação com o Zé Ronaldo é de longa estima, de amizade, de parceria, de muitos anos. Não é por outro motivo que eu sempre estive ao lado dele, e ele sempre esteve ao nosso lado. Ele é uma pessoa que a gente admira pela trajetória, e é sem dúvidas o maior líder político da história de Feira de Santana. A gente espera que Zé Ronaldo seja um dos principais líderes na construção de um projeto de mudança para o futuro da Bahia”, disse Neto.

Sintonia estratégica

ACM lembrou que o estilo político de José Ronaldo sempre demonstrou que ele deseja o melhor tanto para Feira de Santana quanto para a Bahia. Talvez seja esse um dos motivos para a possível aproximação entre o prefeito e o líder do Executivo no estado, movimento que Neto considera extremamente natural e institucional.

“Não há nenhum bicho de sete cabeças, não há absolutamente nada de errado em o prefeito José Ronaldo ou qualquer outro prefeito, seja do União Brasil ou de qualquer partido, dialogar institucionalmente para tratar das pautas da cidade com o governo do estado. É assim que tem que ser a política. A gente espera que o governador não discrimine, não prejudique ou faça qualquer distinção negativa à Feira de Santana pelo fato de o município ser governado por um prefeito do União Brasil”, disse Neto.

O político continuou: “É preciso haver um pouco de maturidade na política da Bahia. Às vezes, aqui, algumas pessoas interpretam o diálogo entre duas autoridades com outro contexto. Eu fui prefeito durante oito anos, da cidade de Salvador, e dialoguei com os dois governadores que administraram a Bahia no período, Jaques Wagner (PT) e Rui Costa (PT)”.

O avanço petista sobre a base

O político foi questionado sobre como ele via uma possível expansão do apoio a Jerônimo Rodrigues sobre quadros que declararam apoio nas Eleições 2022 ou eram ligados a ele. Um dos últimos acenos feitos por um ex-aliado de Neto veio do ex-governador César Borges, que declarou no mês de abril diversos elogios a Jerônimo. O ex-prefeito de Salvador prefere analisar a questão sob outra ótica.

“É bom a gente ver quem está migrando ou não está, porque o governador vai lá, chama o prefeito para tirar uma foto institucional, aborda pautas institucionais e depois a assessoria do governador vende como se fosse adesão política. Então, vocês da imprensa, que eu sei que são muito criteriosos, é bom que chequem, que verifiquem o que é pauta administrativa, o que é relação institucional, do que é adesão e apoio político”, concluiu ACM Neto.

Um lembrete: José Ronaldo é do União Brasil

ACM Neto lembrou que a trajetória de Ronaldo sempre esteve ligada ao partido que hoje os dois fazem parte, afirmando que o prefeito de Feira de Santana foi um dos responsáveis pelo processo de reformulação do partido Democratas e a construção do União Brasil.

“Ano passado, nós tivemos uma eleição aqui em Feira, muito dura, muito disputada, que vencemos exatamente contra o PT [partido do governador Jerônimo]. Nós, do União Brasil, depois que a gente passa a eleição, a gente desarma o palanque e entende que tem que governar para todos. Zé Ronaldo não foi eleito apenas para governar para quem é do União Brasil ou simpatiza com a nossa corrente política. Ele foi eleito para governar para toda a cidade e, portanto, faz muito bem de dialogar com o governador”.