Garoto tem mãos queimadas em ritual

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Conselheira Ruth Barbosa recebeu a denúncia da avó (foto: Rosiane Donato/Agência A Tarde)

Os pais de um garoto de 3 anos e um pai-de-santo estão sendo investigados pela Policia Civil de Barreiras, desde quinta-feira, 7,, sob a acusação de maus-tratos e suspeita de envolver o menino em rituais. A denúncia foi feita ao Conselho Tutelar pela avó paterna da criança, que está com cicatrizes profundas de queimaduras nas mãos e pés.

De acordo com a delegada Cláudia Duarte, que preside o inquérito policial, os nomes dos envolvidos serão preservados até a conclusão das investigações. Apesar da pouca idade, a criança contou à delegada e aos conselheiros tutelares, na presença de um psicólogo, detalhes das sessões a que era submetido.

Além de descrever como era queimado, o menino revelou que chegou a assistir ao sacrifício de animais no terreiro em que era levado, mostrando como o bicho era morto e o que era feito do sangue. Ainda segundo a criança, os adultos diziam que as queimaduras eram para curar uma suposta micose. A Polícia Técnica de Barreiras realizou exame de lesão corporal no menino. O laudo é aguardado pela delegada até o final da próxima semana, quando ela pretende concluir as investigações e encaminhar o inquérito para a Justiça.

Após o depoimento, o garoto foi retirado dos pais e encaminhado a um abrigo que recebe crianças e adolescentes em situação de risco. “Não foi uma retaliação aos pais”, declarou a delegada, explicando que foi uma medida de proteção ao garoto.

Na manhã desta sexta, 8, a avó paterna e uma tia materna manifestaram interesse em ficar com a guarda da criança. Porém, segundo a presidente do Conselho Tutelar de Barreiras, Ruth Barbosa, essa decisão será da Justiça.

Reincidência 

 Em março do ano passado, a avó já havia percebido marcas de queimadura nas mãos do neto e comunicado o caso ao Conselho Tutelar. “Chamamos os pais e o pai-de-santo, que é padrinho da criança. Eles negaram que fossem marcas de rituais e alegaram que o menino tinha se queimado na cozinha”, revela o conselheiro Adelino Eichelt.

A pedido do Conselho Tutelar, a avó foi alertada para o caso de perceber algo novamente. “Mas os pais, que moravam próximo da avó, mudaram-se, e a avó sequer sabia onde estavam morando”, salientou Ruth Barbosa, acrescentando que a avó só teve um novo contato com a criança neste final de ano, após ameaçar por telefone dar queixa dos pais, caso não lhe deixassem ver o menino.

“Neste encontro, ela percebeu que as marcas na sola dos pés estavam piores. Ela procurou o conselho e nós comunicamos à polícia, que ajudou a localizar o novo endereço da família e na condução dos acusados para prestar depoimento”, enfatizou a conselheira, que na próxima semana enviará o relatório à Promotoria da Infância.

Informações do A Tarde