Feira de Santana

Fernando Torres se defende de acusações sobre suposto envolvimento em esquema de lavagem de dinheiro

A PF quer que o Supremo Tribunal Federal (STF) abra a investigação, pois os nomes dos deputados apareceram em documentos da investigação que apurava o uso de empresas para lavar dinheiro

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Roberta Costa

A Folha de São Paulo publicou ontem (08) uma matéria sobre uma investigação contra dois deputados federais, Taumaturgo Lima (PT-AC) e Fernando Torres (PSD-BA), sobre um suposto envolvimento em esquema de lavagem de dinheiro e desvio de recursos de fundos de pensão. 

De acordo com a matéria, a Polícia Federal (PF) quer que o Supremo Tribunal Federal (STF) abra a investigação pois os nomes dos deputados apareceram em documentos da investigação que tramitava no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e apurava o uso de empresas para lavar dinheiro.

“Na semana passada, parte da investigação sobre os fundos de pensão já havia sido remetida ao STF pela Justiça Federal porque outros três deputados federais foram flagrados em conversas com o doleiro Fayed Traboulsi, acusado de ser um dos chefes da quadrilha que movimentou R$ 300 milhões em 18 meses”, diz um trecho da reportagem.

Segundo investigações da polícia e do Ministério Público do Distrito Federal, os dois deputados usaram notas da MC Incorporação e da Gold Incorporação e Consultoria para justificar o gasto da verba de gabinete e pedir reembolso à Câmara.

Taumaturgo pediu ressarcimento de ao menos R$ 77 mil, e Torres, de R$ 14 mil. As duas empresas aparecem entre as usadas para lavar dinheiro do esquema.

Ontem, o juiz Evandro Neiva, da 8ª Vara Criminal de Brasília, revogou a prisão de Fayed e de outros quatro suspeitos que estavam presos desde 19 de setembro, quando a Operação Miqueias, da PF, foi deflagrada.
O outro lado – Taumaturgo Lima confirma que contratou as duas empresas, mas diz que o serviço foi prestado e que ele desconhecia a participação delas em qualquer irregularidade.
 
O deputado baiano Fernando Torres, informou que a empresa prestou serviço de locação de carros e segurança ao seu gabinete em 2011, antes do início das investigações, e ele rompeu o contrato por não concordar com os preços cobrados pelos serviços oferecidos.

“Achei o preço mais alto que o natural e reincidimos o contrato em 30 dias. Na posição de cliente, eu não tinha como adivinhar que a empresa cometeria crimes de lavagem de dinheiro em 2012”, disse Torres.

Ele ressaltou que a empresa prestava serviços para o Exército Brasileiro, para a Marinha e o Ministério da Reforma Agrária.

“Soube do fato pela imprensa. Em nenhum momento a PF me procurou, nem me notificou ou me pediu esclarecimento. Tudo que aconteceu foi noticiado pelos jornais e alguém que está interessado em denegrir a minha imagem”.
 

Processo – O deputado informou ao repórter Ed Santos, do Acorda Cidade, que irá entrar com um processo contra o delegado “que fez essa calúnia com o meu nome. Vou procurar meu advogado e entrar com um processo contra todos que colocaram meu nome nessa investigação e vou saber o que aconteceu. A Polícia Federal erra muito. Sou político, empresário, tenho família e amigos e sempre vou honrar a minha dignidade”.

Ele afirmou que está com todas as provas necessárias para provar sua inocência.

“Estou com todas as notas fiscais e o contrato chancelado pela Câmara Federal. Não burlei nada. Vou até o final para provar minha inocência”.

Verba de Gabinete – Os deputados federais possuem uma verba de gabinete no valor de R$ 33 mil para custear passagens aéreas, locação de carros, telefone, dentre outras despesas do gabinete.

“Tem gente que gasta menos. Ano passado eu fui o deputado baiano que menos gastou telefone”, finalizou o parlamentar.