Polícia

Acusados de matar servidora da UFBA são ouvidos pela Justiça

Última audiência de instrução é feita pela juíza Andrea Miranda, diz TJ. Sentença deve sair em 15 dias. Crime aconteceu em 12 de agosto.

Acorda Cidade
 
Os dois homens acusados de matar Selma Barbosa, servidora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), são ouvidos nesta quarta-feira (2) pela juíza Andrea Miranda, titular da 2ª Vara Crime, em Salvador.
 
O procedimento é a última audiência de instrução do processo e a sentença deve sair em 15 dias, informou o Tribunal de Justiça da Bahia.
 
Selma foi morta no dia 12 de agosto, após deixar uma amiga em casa no bairro do Costa Azul. Os dois homens, presos dois dias após o crime, são acusados de latrocínio, roubo seguido de morte. A denúncia foi feita pelo promotor Gilberto Amorim à 2ª Vara Criminal de Salvador. Eles também são suspeitos de dois assaltos, realizados momentos antes do crime contra a servidora da Faculdade de Comunicação da UFBA.
 
Despedida
 
Amigos e familiares de Selma se despediram da jornalista em uma cerimônia de homenagem no cemitério Jardim da Saudade, na capital baiana.
 
Alunos, professores e colegas de Selma, que trabalhava no laboratório de vídeo da Facom, fizeram orações e prestaram as últimas homenagens antes do corpo da servidora ser levado para a capital do Rio Grande do Norte, onde foi enterrado.
 
O irmão da jornalista potiguar, Lenilson Barbosa Alves, saiu de Natal para reconhecer o corpo da irmã e tomar as providências para o traslado. Na cerimônia de despedida, ele falou sobre o crime que vitimou Selma.
 
"Eu não posso dizer que estou indignado porque isso tem feito parte da nossa rotina. Estou sofrendo a perda de uma pessoa que eu amo e esse sentimento é pessoal. Como esse caso se tornou público, ganhou repercussão, eu acho que serve para que as pessoas reflitam. Eu perdi minha irmã, mas tem pais que estão perdendo filhos pelo mesmo motivo. A falta de respeito à vida, a banalidade com que está sendo tratada a vida não merece a compreensão de direitos humanos. Eu não chamo um criminoso frio que tira a vida de um ser humano sem nenhum motivo de animal, é um bárbaro, selvagem. E a sociedade precisa ter leis próprias para bárbaros e selvagens", desbafou Lenilson na época.
 
A previsão era que Selma se aposentasse no final de 2014. Ela não era casada e não tinha filhos.
 
O crime
 
De acordo com a PM, Selma havia deixado uma amiga na rua Arthur de Azevedo Machado, no bairro do Costa Azul, quando foi abordada por dois suspeitos, que chegaram em um veículo Celta. O caso aconteceu em uma rua onde fica localizada uma Unidade Especializada da Operação Gêmeos, da Polícia Militar.
 
A polícia informou que relatos de testemunhas dão conta de que a mulher não reagiu, mas, mesmo assim, foi baleada na cabeça e morreu no local. A amiga que estava com ela não foi atingida. Os suspeitos fugiram levando o carro da vítima, um Fiat Punto e abandonaram o Celta no local.
 
Os dois homens chegaram a ser perseguidos por PMs da Operação Gêmeos e Apolo. Houve troca de tiros, mas, segundo a PM, eles conseguiram fugir por um matagal, nas proximidades do Aeroclube, na Boca do Rio. O veículo roubado da vítima foi abandonado no local.
 
A jornalista era servidora da Universidade Federal da Bahia (UFBA) há mais de 20 anos e trabalhava no laboratório de vídeo da Faculdade de Comunicação da instituição. No Rio Grande do Norte, Selma trabalhou na TV Universitária (TVU) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e na TV Cabugi. Em nota, a Universidade lamentou a morte da servidora. Professores liberaram os alunos das atividades por conta do ocorrido. As informações são do G1.