Dia Mundial do Coração

Mortes por doenças cardiovasculares podem ser reduzidas após Bariátrica

No domingo (29) é comemorado o Dia do Coração e especialista esclarece que a bariátrica pode aumentar a sobrevida dos cardíacos.

Acorda Cidade
 
A obesidade é um dos fatores mais graves para o aparecimento de doenças cardiovasculares. O excesso de peso pode ser a causa ou agravante de doenças do coração. A operação para redução do peso ajuda a diminuir o risco de ataque cardíaco, derrame e de morte por causas relacionadas com o coração. O procedimento reduz o risco  de doenças cardiovasculares por um período de, pelo menos, dez anos, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). O assunto vem à tona neste domingo (29) quando é lembrado o Dia do Coração. 
 
A cirurgia bariátrica trabalha com a redução, principalmente, da gordura visceral e, dessa forma, contribui para a diminuição dos níveis da pressão sanguínea. Com a perda de peso corporal, a prática regular de atividades físicas e mudanças nos hábitos alimentares, o controle da hipertensão arterial é feito de forma mais fácil e, consequentemente, os riscos de complicações cardíacas diminuem. Especialista em cirurgia bariátrica há 15 anos, o cirurgião Osiris Casais, explica que as doenças do coração nunca aparecem sozinhas. Elas estão sempre associadas a outros agravantes como hipertensão, diabetes e altos índices de colesterol e triglicérides.
 
Experiente no assunto, o médico que já realizou mais de mil procedimentos, assegura que em quase 90% dos casos, as complicações cardíacas e seus agravantes já apresentam sinais de melhora em três meses após a cirurgia. “A bariátrica é capaz de reduzir drasticamente e num curto período de tempo os fatores de risco que podem desencadear doenças do coração e AVC – podendo salvar a vida de pacientes obesos”, sinaliza o especialista. 
 
Geralmente, os médicos calculam o peso ideal através do índice de massa corpórea (IMC), que é obtido através do seguinte cálculo: IMC = Peso/altura ao quadrado. Quando o indivíduo excede em 30% a relação ideal entre peso e altura estabelecida pelo IMC, a tendência é que sua pressão seja mais alta, que ele sofra de alterações no colesterol e tenha mais propensão ao diabetes. Na maioria dos casos, esse tipo de indivíduo também leva uma vida sedentária, o que favorece ainda mais para o risco de problemas cardíacos, pois o seu coração precisa trabalhar com mais esforço.
 
A Circunferência Abdominal (CA) demonstra com mais exatidão a presença de doenças cardiovasculares e metabólicas em indivíduos obesos do que o IMC, índice atualmente utilizado para classificar o grau de obesidade e indicação para o tratamento cirúrgico. Mulheres que apresentam a Circunferência Abdominal maior que 88cm e homens maior 102cm possuem uma probabilidade maior de ter doenças cardíacas e metabólicas. Quanto maior a CA, ou seja, maior índice de gordura visceral, maior a chance de ter doenças como: Hipertensão Arterial, Diabetes, Ateroesclerose, Síndrome Metabólica e Infarto Agudo do Miocárdio.
 
O médico que recentemente participou de um Congresso de Combate a Obesidade, em Istambul, afirma que as descobertas mostram que a cirurgia bariátrica realmente pode prevenir danos cardiovasculares e salvar vidas. "A magnitude do efeito nos fatores de risco cardiovasculares é impressionante, e até agora nenhuma terapia farmacêutica para o controle de peso ou diabetes mostrou um efeito comparável", conclui o especialista.