Feira de Santana
Dia Nacional de Doação de Órgãos: conheça histórias de luta e superação
A história da estudante de Direito Daniela Almeida Fróes da Mota e da balconista Roquiria Porto muito tem em comum, apesar de estarem em lados opostos.
Daniela Cardoso
Histórias de luta e superação marcaram o Dia Nacional de Doação de Órgãos no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), em Feira de Santana. Várias ações foram realizadas pelo Grupo de Apoio à Doação de Órgãos (GAD) para divulgação do processo de doação para transplante, nesta sexta-feira (27).
A história da estudante de Direito Daniela Almeida Fróes da Mota e da balconista Roquiria Porto muito tem em comum, apesar de estarem em lados opostos.
A estudante de Direito aguardava pelo transplante. Ela permaneceu durante 10 anos fazendo hemodiálise, sem conseguir se inscrever na fila de transplantes e mais dois anos aguardando na fila. Apesar das dificuldades, Daniela não perdeu a esperança e hoje se sente como se estivesse nascido de novo.
“Tive dificuldade de acesso devido à incompatibilidade sanguínea e só consegui transplantar na 12ª tentativa. O transplante para mim agora significa vida, significa retomar tudo. É como se eu tivesse ganhado na sena acumulada”, relatou.
A balconista Roquiria autorizou a doação dos órgãos do filho. A decisão renovou as forças dela para continuar a vida e beneficiou seis pessoas que aguardavam na fila pelo transplante.
“A doação significou o renascimento do meu filho e até hoje ameniza a minha dor. É isso que me mantém em pé até hoje. Eu me sinto feliz, me sinto bem”, relatou.
Número reduzido de doadores
O coordenador do GAD, André Guimarães, falou sobre as ações que estão sendo realizadas para ajudar na conscientização da população sobre a doação de órgãos.
“Tivemos ações durante a semana em hospitais, comunidades, para explicar e sensibilizar a população sobre a importância da doação. Existem alguns mitos e nosso papel é informar. Uma vez dado o diagnóstico de morte cerebral, o corpo da pessoa já não tem mais nenhuma função e todos os órgãos vão deixar de funcionar”, explicou.
De acordo com o coordenador, um diagnóstico de morte cerebral é feito com envolvimento de diversos profissionais, médicos e não médicos, além de exames complementares. Segundo ele, muitas vezes a família nega a doação por não ter uma orientação.
Ainda de acordo com André Guimarães, na Bahia existe uma fila grande de pessoas aguardando pela doação de algum órgão. As maiores filas aguardam a doação de rins, córneas, fígado e transplante de coração, que ainda é pouco realizado na Bahia.
Feira capacitada para fazer transplante
O coordenador do GAD informou ainda que Feira de Santana pode estar capacitada, nos próximos seis ou doze meses, para fazer transplante renal. Segundo ele, o procedimento será realizado no Hospital Dom Pedro de Alcântara.
O transplante de outros órgãos em Feira de Santana, segundo André Guimarães, também será possível em pouco tempo.
As informações são do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.
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