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Após o protesto que durou sete horas e gerou 20 km de congestionamento na BR-324, trecho na altura da cidade de Candeias, nesta terça-feira (3), o vice-governador e secretário de Infra-estrutura, Otto Alencar, disse que vai solicitar ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) aplicação de medidas para impedir que manifestações fechem as rodovias e principais avenidas.
 
"Aqui na Secretaria, recebo, por dia, uma média de quatro informações de rodovias paralisadas. Eu me manifestei ao promotor [de Justiça] Wellington César Lima e Silva e vou conversar com a assessoria jurídica para formalizar ao Ministério Público um pedido de que possa agir para coibir [manifestações] sem uma negociação [prévia], para que não venha prejudicar a vida do cidadão", explicou.
 
O vice-governador relata o caso de um morador da região sisaleira que sofreu infarto e estava a caminho de Salvador para ocupar uma vaga no Hospital Ana Nery. Perto de Feira de Santana, cidade a 100 km de Salvador, o paciente não resistiu depois de seis horas de espera na estrada.
 
"Vários casos já aconteceram. Em um deles, o paciente teve um infarto, ia ao hospital, já estava regulado. Isso há mais ou menos 45 dias. Não foi permitido que ele passasse e morreu dentro da ambulância", relata.
 
Otto Alencar diz que não é contra a manifestação, mas que ela deve ser realizada de forma organizada. "Em um lugar ordenado, que possa ter uma negociação com o poder judiciário, com a força policial, com o Ministério Público, como aconteceu recentemente durante as manifestações que ocorreram no Brasil. Obstruir uma via que vai levar um paciente, que vai ao trabalho, sou completamente contra", avalia.
 
O MP-BA, por meio do promotor Valmiro Macedo, informou que não recebeu nenhum tipo de manifestação feita pelo vice-governador até o momento. Ele adiantou que é muito complicado apontar responsáveis por esse tipo de manifestações e ele também está preocupado com a mobilidade das pessoas em Salvador e em todo o estado. O promotor afirma que, quando esse tipo de manifestação coloca em risco a vida das pessoas, cabe uma ação de responsabilidade. As informações são do G1.