Política

Governador se diz decepcionado com desistências de licitação do metrô

Entre os desistentes, duas empresas baianas que, juntas, manifestaram interesse na obra desde o início da montagem do projeto: o consórcio Odebrecht/Invepar (grupo formado por OAS e fundos de pensão)

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Acorda Cidade
 
Dos quatro grupos empresariais que se organizaram para disputar a licitação do metrô de Salvador, apenas um se apresentou na fase de habilitação: o grupo CCR. Entre os desistentes, duas empresas baianas que, juntas, manifestaram interesse na obra desde o início da montagem do projeto: o consórcio Odebrecht/Invepar (grupo formado por OAS e fundos de pensão). A desistência  foi alvo de críticas do governador Jaques Wagner (PT), em entrevista ao jornal Correio. 
 
“A OAS/Odebrecht disse que era impossível, que os preços eram ridículos e, felizmente, tivemos uma (interessada). Óbvio que era bom que tivesse mais, mas aí tem que perguntar às outras empresas por que é que não entraram”, comentou Wagner. 
 
“São quatro grupos acompanhando, um fortemente, que foi inclusive quem fez a PMI, que era a OAS. Confesso minha profunda decepção com as empresas baianas, que eu acho que foram irresponsáveis com o estado. Vinham estudando essa matéria há quase dois anos, deveriam ter compromisso com a Bahia, pelo menos vivem dizendo que têm e, na verdade, não demonstraram nenhum compromisso”, disse.
 
Em 2011, quando o governo do estado abriu um Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) para recolher propostas para o modelo de transporte público de massa em Salvador, sete empresas apresentaram propostas, que defendiam modais como o metrô, BRT (ônibus modernos), VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e monotrilho. 
 
O modelo escolhido pelo estado foi preponderantemente o proposto pela Invepar. A Odebrecht, que estava consorciada com o Setps, propôs o BRT e foi derrotada, mas em seguida iniciou negociação com a Invepar da divisão de uma proposta no edital de licitação, o que não veio a acontecer. O governo do estado esperava ainda propostas da construtora Queiroz Galvão, que participou da PMI, e da UTC Participações, mas ambas desistiram da disputa.
 
O governador foi indagado sobre se gerava desconforto ter como único concorrente um consórcio que tem entre os principais sócios duas empresas que construíram o metrô de Salvador até então, a Andrade Gutierrez e a Queiroz Galvão, que fazem parte do consórcio Metrosal, junto à Siemens. “Eu achei ótimo. Ao contrário, todo mundo tava certo de que quem ia ganhar era o consórcio OAS/Odebrecht e eles saíram (…)”.
 
Procurada, a assessoria da Odebrecht informou que a empresa não comentaria as declarações do governador. Já a OAS não atendeu às solicitações da reportagem. 
 
Parceria
 
Atualmente,  as duas construtoras são parceiras na Bahia na construção e gestão da Arena Fonte Nova, num negócio que pode chegar a R$ 2 bilhões nos 30 anos de contrato; e no Estaleiro Enseada do Paraguaçu, orçado em mais R$ 2 bilhões. A OAS, através da Invepar, possui no estado ainda a concessão para as rodovias BA-099 (Concessionária Litoral Norte) e BA-093 (Bahia Norte).
 
Para o secretário de Transportes e Infraestrutura de Salvador, a participação de apenas uma concorrente não impede o andamento da licitação. “O desejável era que tivesse mais de uma empresa interessada, mas pelo menos não deu deserto”, disse. 
 
Hoje está prevista, na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), a abertura do envelope com a proposta econômica. Em seguida, será marcada a data para a abertura do terceiro envelope, com a qualificação jurídica e financeira da empresa. As informações são do Correio.