Bahia

Após carro, donos de motos relatam perdas de veículos em Detran

Pelo menos dois proprietários de motocicletas também perderam veículos. Detran abriu sindicância após sumiço de automóvel em pátio de Salvador.

Acorda Cidade

O comerciante Ivan Santos Nascimento está à procura de uma moto de 750 cilindradas, avaliada R$ 25 mil reais. O veículo foi apreendido pela polícia no começo de maio deste ano, por infração de trânsito e, segundo Ivan, o veículo sumiu no pátio de Departamento de Trânsito Estadual (Detran-BA), em Salvador.

 
“A gente recebeu o documento da apreensão e após 59 dias eu fui tentar retirar o veículo e foi quando fiquei sabendo, já com todos os documentos pagos, que esse veículo não se encontrava no pátio", conta Ivan.
 
Já o bombeiro civil Carlos Barbosa dos Santos mostra o carnê com as prestações de R$ 377 que ele vem pagando da moto que adquiriu por R$ 14 mil reais, em setembro de 2012. Ele mostra, também, o documento emitido pelo Detran, informando que a moto dele que acabou apreendida em uma blitz, desapareceu e até agora não foi encontrada. “Segundo eles [no Detran] alguém poderia ter levado por engano, pode ter colocado a chave e levado por engano, mas as chaves estavam comigo, as duas chaves”, diz o bombeiro.
 
O estacionamento onde as motos ficaram recolhidas após a apreensão pela Polícia Militar fica em uma área vigiada por seis câmeras de segurança e por duplas de funcionários do Detran que se revezam 24 horas por dia.
 
Automóvel
 
As histórias das motocicletas não fazem parte de casos isolados. No início de junho deste ano, um veículo importado foi parado em uma blitz em Salvador e levado ao pátio do Detran, onde cerca de 2 mil veículos são guardados. No entanto, após regularizar a documentação, o proprietário não encontrou o carro.
 
O automóvel que sumiu no estacionamento do Detran foi encontrado na quinta-feira (15), com um comerciante de 65 anos da cidade de Valença, litoral sul do estado. Ele foi preso no começo da noite de quinta no estacionamento de um shopping em Salvador. “Eu que sou proprietário não pude nem ver o carro e outro cidadão sai com ele todo regularizado? Fica difícil entender isso", lamenta o dono do automóvel.
 
O comerciante disse à polícia que comprou o carro em uma feira de automóveis da Avenida Paralela, em Salvador, mas não soube informar os dados do vendedor. Ele vai responder por receptação de carro roubado e estelionato, apesar do advogado alegar que não há indícios de crime.
 
"A princípio, ele comprou um veículo que estava financiado. Ele adquiriu esse veículo na Feira do Automóvel, tem mais ou menos uns 15 dias. O veículo não tinha restrição nem de furto, nem de roubo. Ele realmente estava financiado. O rapaz que vendeu esse veículo para ele ofereceu um carnê de pagamento. Ele pagou R$ 15 mil e parece que tinham 20 ou 21 parcelas", conta Ciro Brito, advogado que representa o comerciante detido.
 
Investigações
 
A prisão do comerciante leva a polícia ao começo de uma apuração onde busca-se encontrar os responsáveis pelos desaparecimentos e pelos documentos adulterados, que são entregues com cédulas originais do Detran, para os receptadores dos veículos apreendidos.
 
Para o delegado Marcos César, a prática foi configurada como estelionato. “A autoridade de plantão entendeu que foi um crime de estelionato e o autor foi flagranteado. Ele foi indiciado, e toda documentação será remetida ao Detran para que se verifique se há participação de algum servidor do órgão”, diz.
 
O Detran informou que abriu sindicância para apurar o caso e o resultado deve sair em 30 dias. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV).

As informações são do G1.