Daniela Cardoso
Vírus que atinge muitos brasileiros e que pode desencadear diversos tipos de cânceres, tanto em homens como em mulheres, o HPV foi tema de palestra proferida pela infectologista, Normeide Pedreira, durante o I Simpósio de Prevenção a Oncologia de Feira de Santana, que teve início ontem e segue nesta terça-feira (13).
O HPV é um vírus causador do câncer de colo de útero e ainda de outros tipos, como o de pênis, o de ânus, além de cânceres nas regiões da cabeça e do pescoço, a exemplo do de laringe, segundo informou a infectologista. De acordo com ela, a vacina é essencial para a proteção.
“O cuidado que realmente vai fazer a diferença e vai resolver como prevenção, é não estar disponível para pegar o vírus. Para isso, a pessoa deve se proteger tomando a vacina”, destacou.
Segundo Normeide, a vacina é a única forma de se proteger contra o HPV, mas ela destaca outros cuidados que ajudam, a exemplo do uso da camisinha durante as relações sexuais e os cuidados higiênicos após as relações sexuais.
“A pessoa também deve evitar consumir drogas, fumar ou consumir álcool em excesso, porque são fatores que levam a diminuição da defesa do corpo. Com isso, a pessoa tem um risco maior de persistir com a infecção pelo HPV e desencadear um câncer”, informou.
Vacina
Apesar da importância da vacina na prevenção contra o vírus, ela só está disponível em clínicas particulares. Segundo a infectologista Normeide, o governo já está se estruturando para oferecer a vacina em 2014, porém para uma faixa etária mínima de 10 e 11 anos de idade. As outras faixas etárias não serão contempladas com o programa do governo.
“Essa vacina deve ser utilizada a partir dos nove anos de idade. O quanto mais cedo melhor para que assim as meninas alcancem a maior proteção. Não existe limite máximo de idade. Essa é uma vacina muito eficaz, que deve ser utilizada por todas, porque o câncer de colo de útero é uma doença que mata muitas mulheres”, ressaltou.
Para homens, a vacina também é importante e é recomendada para a faixa etária dos nove aos 26 anos de idade. Desse modo é possível evitar o câncer de pênis e de ânus.
“Como na maioria das vezes os homens transmitem o HPV para as mulheres, acreditamos que vacinando ambos os sexos, o câncer de colo de útero acabará sendo uma doença mais rara”, destacou.
Sintomas
O HPV pode causar um câncer sem que se tenham sintomas e a pessoa só descobrir em fases mais tardias. Mas também pode apresentar verrugas genitais, que, segundo a infectologista, são conhecidas pela comunidade como condiloma acuminado e crista de galo. De acordo com Normeide, essas verrugas podem afetar o pênis, o ânus, a vagina, e são muito conhecidas como doenças sexualmente transmissíveis.
Transmissão para o bebê
Se a mulher estiver grávida, o vírus pode ser transmitido para o bebê, caso ela tenha as verrugas genitais, segundo explicou Normeide.
“Ela pode transmitir para o bebê, que não vai ter câncer, mas vai ter uma doença muito grave, chamada papiloma laríngeo recorrente, que são verrugas na laringe, onde ficam as cordas vocais. Essas verrugas vão crescer e obstruir a respiração, com isso, os bebês podem apresentar insuficiência respiratória. O tratamento para essas lesões é cirúrgico, mas as verrugas voltam após a operação”, explicou.
As informações são do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
Assuntos
