Andrea Trindade
 
Quinhentos papelotes de maconha, 500 gramas da erva, 250 celulares, duas facas tipo peixeira, aproximadamente 30 chunchos (arma perfurante), 15 lençóis em forma de corda, vários baldes e pedaços de fios, além de 14 mil reais em cédulas novas. Este foi o material apreendido nesta terça-feira (23), com alguns detentos do Conjunto Penal de Feira de Santana, durante uma vistoria em celas da ala masculina.
 
A vistoria, realizada pelo Grupo Especial de Operações Prisionais (GEOP), agentes penitenciários, policiais militares da Companhia Independente Litoral Norte (CIPE-LN) e do Comando Especializado Tático Operacional (CETO), foi solicitada pelo diretor do presídio, Edmundo Memeri Dumet, e contou com a participação de mais de 50 policiais especializados, além de agentes penitenciários.


 
A operação começou por volta das 6 horas da manhã. Em entrevista ao Acorda Cidade, o capitão Neves, da PM, informou que os presidiários responsáveis pelo material apreendido foram conduzidos a Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE), para serem autuados.
 
Segundo ele, a quantidade de dinheiro encontrado foi a grande surpresa da operação. “A gente sabe que sempre vai encontrar arma e droga. Mas, a quantidade de dinheiro foi muito elevada. Os donos foram identificados e a origem do dinheiro será investigada", disse o policial.

O detento Celival Barbosa Nunes, cadeirante,  morador da rua Campos Sales, no bairro Campo Limpo, preso há 8 anos, acusado de latrocínio (roubo seguido de morte), foi encontrado com 120 petecas de cocaína, e Júnior de Souza Silva, 28 anos, preso há 4 meses por assalto a mão armada foi flagrado com cocaína e crack. 

Interferência de dentro para  fora do presídio
 
 
O coronel Adelmário Xavier, comandante do CPRL (Comando de Policiamento Regional Leste) avaliou a ação como positiva e disse que o resultado comprovou um fato que ele desconfiava que existia.
 
 
“Muito celular, muita droga. O que leva a crer que existe uma interferência muito grande de dentro do presídio para fora. Isso tem que acabar porque a gente está se acabando de trabalhar e não dá para ver atitudes como essa”, disse o coronel.
 
Adelmário declarou ainda que a situação do conjunto penal é mais preocupante do que ele imaginava, porque, segundo ele, isso mostra que os detentos estão tendo facilidade para receber esse material .
 
“Está havendo uma facilidade muito grande. Não sei como isto está acontecendo, mas algo deve ser feito. Isso é preocupante, principalmente para os nossos policiais que estão fazendo um trabalho sub-humano para manter a tranquilidade. Baseado neste dado, muitas coisas podem estar acontecendo no presídio e a gente não sabe como. 
 
Mortes e tráfico de drogas
 
O coronel disse que com essa apreensão, não tem dúvida de que o tráfico de drogas e muitos homicídios estão sendo comandados de dentro do presídio.
 
Adelmário  sugeriu que algo seja feito para que haja o bloqueio do sinal dos aparelhos celulares. “Acredito que se isso for possível já estaremos dando um grande passo para resolver esse problema", concluiu.

Com fotos e informações do repórter Aldo Matos, do programa Acorda Cidade.