Feira de Santana

Médicos dizem que governo quer colocar categoria como 'bode expiatório' dos seus insucessos

A mobilização aconteceu na tarde desta terça-feira (23)

Roberta Costa

“O governo quer colocar os médicos como bode expiatório dos seus insucessos”. Frase do médico pneumologista, Renato Pires Freitas, na mobilização da categoria, que aconteceu nesta terça-feira (23), em Feira de Santana.

Centenas de médicos feirenses participaram do manifesto, que começou no Hospital Dom Pedro de Alcântara e seguiu até a sede da Prefeitura Municipal. 

 


Médicos de pelo menos nove estados fizeram greve hoje, para protestar contra recentes decisões do governo federal envolvendo a categoria, como o programa Mais Médicos, que prevê a contratação de profissionais estrangeiros para atuar no interior do país, e os vetos da presidente Dilma Rousseff ao Ato Médico, legislação que regulamenta as atividades na medicina.

“Esse é um governo incompetente em termos de saúde, destruiu toda a estrutura que a gente tinha no interior. A população reconhece o valor do médico. A gente não precisa de médico do exterior. O governo precisa pagar decentemente ao médico brasileiro e nos dar condições de trabalhar dignamente”, completou Renato. 

De acordo com o delegado do Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb), Aderbal Freire Aguiar, “a luta vai continuar até o governo ver a grande bobagem que está fazendo”.

Medicina para pobre – Aderbal criticou também a afirmativa do governo de que está fazendo a “medicina dos pobres”. Para ele, “o pobre merece uma medicina de qualidade como qualquer outra pessoa. O governo tem que parar de tomar medidas incabíveis. Nossa luta é pelo bem da população. Não existe saúde para pobre e para rico. A medicina é única e tem que ser de qualidade, respeitando a dignidade humana”.

 
Fotos: Ney Silva / Acorda Cidade