“O governo quer colocar os médicos como bode expiatório dos seus insucessos”. Frase do médico pneumologista, Renato Pires Freitas, na mobilização da categoria, que aconteceu nesta terça-feira (23), em Feira de Santana.
Centenas de médicos feirenses participaram do manifesto, que começou no Hospital Dom Pedro de Alcântara e seguiu até a sede da Prefeitura Municipal.
Médicos de pelo menos nove estados fizeram greve hoje, para protestar contra recentes decisões do governo federal envolvendo a categoria, como o programa Mais Médicos, que prevê a contratação de profissionais estrangeiros para atuar no interior do país, e os vetos da presidente Dilma Rousseff ao Ato Médico, legislação que regulamenta as atividades na medicina.
“Esse é um governo incompetente em termos de saúde, destruiu toda a estrutura que a gente tinha no interior. A população reconhece o valor do médico. A gente não precisa de médico do exterior. O governo precisa pagar decentemente ao médico brasileiro e nos dar condições de trabalhar dignamente”, completou Renato.
De acordo com o delegado do Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb), Aderbal Freire Aguiar, “a luta vai continuar até o governo ver a grande bobagem que está fazendo”.
Medicina para pobre – Aderbal criticou também a afirmativa do governo de que está fazendo a “medicina dos pobres”. Para ele, “o pobre merece uma medicina de qualidade como qualquer outra pessoa. O governo tem que parar de tomar medidas incabíveis. Nossa luta é pelo bem da população. Não existe saúde para pobre e para rico. A medicina é única e tem que ser de qualidade, respeitando a dignidade humana”.
Essa é a segunda manifestação de médicos em Feira de Santana no ano de 2013. A primeira aconteceu no dia 3 de julho e reuniu cerca de 150 profissionais. As informações são do repórter Ney Silva, do Acorda Cidade.