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A proposta de alteração do currículo da graduação em medicina foi anunciada pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, na segunda-feira (8). A ideia de ampliação do curso foi incluída na medida provisória promulgada pela presidente Dilma Rousseff que criou o programa Mais Médicos.
Porém, o estágio obrigatório proposto pelo governo federal não tem como objetivo suprir os postos de saúde com falta de profissionais, mas sim "que esse médico tenha uma formação melhor, mais preparada, com imersão e um banho da realidade de saúde da nossa população", explicou Padilha.
A avaliação do estudante será constante e, mesmo tendo sido aprovado em todas as disciplinas, um aluno poderá ser reprovado no estágio. Em casos de erro médico, o aluno, que terá um registro profissional provisório e atrelado à instituição de ensino, será responsabilizado, de acordo com o ministro.
Debate no Conselho Nacional de Educação – Padilha explicou que o Conselho Nacional de Educação (CNE) terá seis meses para discutir e detalhar a proposta. Entre as características ainda não definidas do programa estão a grade horária a ser incluída no currículo atual e o dimensionamento da carga horária, incluindo quanto tempo o estudante deverá passar nos serviços de atenção básica e nos de urgência e emergência.
O CNE também vai definir quantos equipamentos de saúde precisarão estar ligados às faculdades e escolas de medicina. O estágio poderá ser feito nas unidades básicas de saúde (UBS), nas unidades de pronto atendimento (UPA), junto aos serviços de atendimento médico de urgência (Samu), nos pronto-socorros e emergências.
No caso das instituições particulares, uma coisa, segundo o ministro, já foi decidida: durante o estágio, o estudante não pagará mensalidade. Todos os alunos, de faculdades públicas ou privadas, serão remunerados no período.
Contra o registro provisório – Entidades médicas reagiram negativamente à notícia da reformulação do curso. Segundo o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto Luiz d'Avila, uma das preocupações é sobre quem vai acompanhar os estagiários durante o serviço. "Ele é estudante, não pode atender sozinho sem supervisão direta presencial, não existe estudante que atenda sozinho por telefone."
O ministro Padilha, porém, disse que apenas em casos nos quais fique clara a negligência do supervisor ele também responderá pelo erro.