“Essas carcaças simbolizam as perdas que estamos tendo em decorrência da seca prolongada. Estamos aqui para cobrar das autoridades a resolução das nossas propostas. Queremos mais celeridade, pois a solução só está no papel”, afirmou o presidente dos Produtores Rurais, Carlos Henrique, acrescentando que outras mobilizações serão realizadas no interior do estado.
O deputado federal Colbert Martins observou que o centro de Feira de Santana está sem movimento, por causa da seca. Ele cobrou mais investimentos. “A economia está destruída. Lá em Brasília estou levantando a voz, pois o que foi colocado em Feira até agora pelo governo federal é muito pouco. Precisa ter água imediatamente. Precisamos trabalhar rápido, pois não podemos esperar o que vai acontecer”, afirmou.
Wilson Paes Cardoso, prefeito da cidade de Andaraí, destacou que a Bahia está vivendo a pior seca da história. Ele disse que está preocupado, pois a meteorologia não indica nenhum sinal de chuva. O prefeito ainda reclamou da falta de apoio do banco do Nordeste, que segundo ele, está movendo ação para cobrar dos produtores rurais as dívidas que eles não estão conseguindo pagar.
“Já não tem mais um gado na região da Chapada Diamantina. Há mais de um ano que não chove e o pior está para acontecer. Estamos em um momento de calamidade pública em alguns municípios do Estado. A seca está trazendo doenças como diarréia, além da instabilidade emocional das famílias. Precisamos de ações emergenciais para evitar óbitos humanos, porque os animais já estão morrendo”, ressaltou.
A sindicalista Conceição Borges observou que a seca é um problema que atinge não apenas o homem do campo, mas também a zona urbana. Apesar das previsões climáticas, ela disse acreditar que Deus irá mandar as chuvas.
“Até então, a seca parecia ser uma coisa só dos trabalhadores rurais, mas ela já incomoda e já traz sofrimento e perda para todos. Essa seca já estava prevista, mas não se acreditou e não se preparou para enfrentá-la. Qualquer medida que venha a ser tomada não terá êxito se não tiver chuva. Se o campo não planta a cidade não janta”, pontuou.
Mês de mobilizações
O presidente dos trabalhadores rurais de Feira de Santana, Zé Grande, informou que caso a pauta de reivindicações do sindicato não seja atendida, será organizado um mês de mobilizações em Feira de Santana, que seguirá até o próximo dia 15 de maio. Segundo ele, no ano passado foram encaminhadas várias pautas, mas até então nada foi resolvido.
“A gente vê anunciar que estão liberando milhões, mas nada chega aos trabalhadores, estamos cansados de esperar. Vamos encaminhar pautas de reivindicações e aguardar uma resposta dos governos, caso a resposta não seja a esperada nós vamos fazer uma grande mobilização, ocupando vários espaços da cidade”, afirmou.
De acordo com Zé Grande, as principais reivindicações do sindicato são: distribuição de cestas básicas, frente de trabalho, perdão das dívidas, construção de açudes, limpeza de tanques, além da construção de barragens subterrâneas, entre outras.
As informações são do repórter Paulo José do Acorda Cidade.