Roberta Costa

“A Páscoa é o momento de pensarmos em como está a nossa relação com Deus. É o momento oportuno para pensarmos exatamente como estamos. Esse é o grande desafio. Jesus falou tanto de perdão e , esse é o momento de perdoarmos uns aos outros, como Ele nos ensinou na oração do Pai Nosso.”
 
Com essa frase, Dom Itamar Vian deu início a Procissão do Fogaréu, em Feira de Santana, uma tradição de
mais de 150 anos.
 

A procissão encena a prisão de Jesus Cristo. Com velas acesas, simbolizando as tochas dos soldados romanos, os fiéis saem da Capela de Nossa Senhora da Misericórdia, no Hospital Dom Pedro de Alcântara, para a Catedral Metropolitana Senhora Santana. O cortejo passa pelas avenidas Maria Quitéria e Getúlio Vargas, em direção a Igreja de Senhor dos Passos, onde faz uma primeira parada.
 
O industriário, Antonio Fernando Pinto Ferreira, 64 anos, participa da procissão desde criança.
 
“Antigamente a procissão saia aqui da rua Conselheiro Franco, que era chamada rua Direita. As mulheres não participavam, homens e crianças. Hoje todo mundo participa. É um momento muito emocionante, que faço questão de participar. Cheguei de viagem agora, nem tive tempo de vestir a capa, mas não perco a procissão”.
 
Após a parada na Igreja Senhor dos Passos, os fiéis saem pela avenida Senhor dos Passos em direção à Igreja dos Remédios, onde fazem a segunda parada e depois a seguem pela rua Conselheiro Franco até a Catedral Metropolitana, onde o arcebispo faz a pregação.
 
“Não existe Páscoa sem perdão. A Páscoa é a passagem da morte para a vida, do ódio para paz, da injustiça para a justiça, do pessimismo para o otimismo, do medo para a coragem e a esperança”, disse Dom Itamar para centenas de fiéis emocionados.
 
A procissão é promovida pela Irmandade da Santa Casa da Misericórdia e passou a permitir a participação de mulheres alguns anos
 
 
Fotos: Ney Silva / Acorda Cidade