Economia

Safra de grãos 2024 mantém previsão de queda na Bahia

O boletim de safra da SEI destaca a queda em dois dos principais produtos agrícolas do estado: soja e milho

Safra de grãos 2024 mantém previsão de queda na Bahia Safra de grãos 2024 mantém previsão de queda na Bahia Safra de grãos 2024 mantém previsão de queda na Bahia Safra de grãos 2024 mantém previsão de queda na Bahia
Safra de algodão
Foto: Mateus Pereira/GOVBA

Após a produção recorde de grãos em 2023, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimam uma produção menor de grãos na Bahia, em 2024, devido ao fenômeno El Niño, que afetou negativamente as condições climáticas e prejudicou algumas regiões produtoras no estado. O boletim de safra da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) destaca a queda em dois dos principais produtos agrícolas do estado: soja e milho. Em sentindo contrário, apesar das dificuldades climáticas, estima-se novo recorde de produção do algodão na Bahia.

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), realizado pelo IBGE, relativo ao mês de agosto de 2024, com dados sistematizados e analisados pela SEI, estima uma produção de cereais, oleaginosas e leguminosas de 11,3 milhões de toneladas, um recuo de 6,8% na comparação com a safra de 2023. Os números da Conab refletem a mesma tendência. Em seu décimo segundo levantamento (último do ciclo), a previsão é de 12,4 milhões de toneladas de grãos na temporada 2023/2024 – recuo de 7,3% em relação ao ciclo 2022/2023.

De acordo com o IBGE, apesar da manutenção das áreas plantadas e colhidas em 3,53 milhões de hectares (ha), mesma de 2023, o rendimento médio esperado (3,20 toneladas/ha) da lavoura de grãos é 6,9% aquém da safra anterior.

A soja, principal produto, plantado em 2,0 milhões de ha no estado, deve alcançar 7,53 milhões de toneladas, o que corresponde a uma queda de 0,4% sobre a safra de 2023. As duas safras anuais do milho, com redução da área plantada em 15,4%, devem fechar em 2,25 milhões de toneladas, declínio de 27,3% na comparação anual. Para a lavoura do feijão, a LSPA/IBGE prevê recuo de 5,2% na comparação com a safra de 2023, totalizando 226 mil toneladas. São 380 mil ha plantados, área 8,9% menor que a safra anterior.

Por outro lado, um importante produto da safra baiana, o algodão (caroço e pluma), tem previsão de aumento da safra em 2,2% em relação ao ano passado, totalizando 1,78 milhão de toneladas. A área plantada com a fibra aumentou 4,4%, alcançando 380 mil ha em relação à safra de 2023.

Também são estimados incrementos na lavoura da cana-de-açúcar (1,3%), com produção de 5,54 milhões de toneladas; do cacau (2,7%), projetada em 123 mil toneladas; do café, com previsão de colheita de 264 mil toneladas este ano, 7,0% acima do ano passado.
Na fruticultura, destacam-se as estimativas das lavouras de banana (920 mil toneladas), laranja (628 mil toneladas) e uva (62 mil toneladas) que, por sua vez, registraram, respectivamente, variações de 0,7%, -1,0% e -5,4% em relação à safra anterior. O levantamento ainda indica uma produção de 925 mil toneladas de mandioca (-1,4%); 335 mil toneladas de batata-inglesa (0,9%); e 182 mil toneladas de tomate (1,5%).

Conab estima safra de 12,4 milhões de toneladas de grãos

Na estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de 12,4 milhões de toneladas de grãos na temporada 2023/2024 (recuo de 7,3%), resulta de uma área plantada de 3,78 milhões de hactares (0,6% maior que o ciclo anterior).

A produção de algodão está estimada em 1,64 milhão de toneladas, plantado em 346 mil ha, o que representa um crescimento de 7,4% em relação ao ciclo 2022/2023. Ainda segundo a Conab, essa expansão do cultivo deve-se aos bons resultados obtidos na safra anterior e à expectativa do aumento do mercado internacional.

Há expectativa positiva também associada à produção de feijão, cujo volume estimado em 354 mil toneladas (plantado em 424 mil ha) representa um crescimento de 22,6% em relação ao ciclo 2022/2023.

A soja, segundo a Conab, deve apresentar um ciclo de baixa, apesar da maior área plantada (3,1%), alcançando um total de 1.971 mil ha. A produção deve recuar em 3,1%, para 7,48 milhões de toneladas. Com isso, a produtividade estimada é de 3,78 toneladas/ha, a maior do país, mesmo representando queda de 6,0% em relação a safra anterior.

Com relação à safra de milho, a expectativa é de que a safra atual seja bem menor que a anterior, totalizando 2,96 milhões de toneladas. As principais contribuições proveem da primeira (1,60 milhões de toneladas) e da terceira (1,25 milhões de toneladas) safra do cereal. Em seu conjunto, a produção de milho, no estado, apresenta previsão de queda de 24,7% em relação ao período anterior. De acordo com análise da Conab, a produtividade obtida ficou abaixo das estimativas iniciais, e os grãos apresentaram tamanho reduzido em virtude das condições climáticas adversas durante o desenvolvimento da planta.

Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram