Carnaval

Tijuca enfrentou fogo, desmaio e carro quebrado

Carros quebraram, formaram-se buracos e pessoas passaram mal. Martelo que 'levita', efeitos sonoros e toboágua gigante foram surpresas.

Acorda Cidade
 
Martelos que levitam, fantasias que mudam de cor, efeitos sonoros que imitam trovões, um toboágua de 15 metros no meio da Sapucaí. Para celebrar o ano da Alemanha no Brasil, a Unidos da Tijuca empolgou o público com muitas surpresas e efeitos especiais. Mas, apesar de criativo, o desfile foi cheio de problemas: carros quebraram e tiveram princípio de incêndio, formaram-se buracos no meio do trajeto e duas integrantes desmaiaram.
 
Os problemas começaram logo no início, quando, devido a um erro de manobra, uma peça do carro abre-alas quebrou e um integrante teve que segurá-lo ao longo de toda a avenida. Por isso, a escola ficou com um buraco entre a comissão de frente e o abre-alas, o que pode tirar pontos na nota.
 
O carnavalesco Paulo Barros mostrou preocupação. "Se eu não infartei até agora eu não infarto mais", disse ao repórter da TV Globo. Para ele, o viaduto na entrada da Sapucaí dificulta a passagem de carros altos. "O sambódromo é maravilhoso, mas tem que arrumar uma solução pra isso. É dificil fazer um carnaval nesse estado", disse.
 
Esse mesmo carro teve um problema elétrico no final e ficou parado logo antes da dispersão, no fim do desfile. Os integrantes que vinham depois passavam em volta dele, mas havia a preocupação de que os carros seguintes ficassem engarrafados. A complicação foi resolvida quando o carro foi cortado com uma serra elétrica.
 
O segundo carro também apresentou problemas. Logo após entrar na avenida, uma fumaça saiu do alto e quatro bombeiros chegaram a escalar a alegoria para ajudar os membros que estavam em cima. O problema foi controlado rapidamente e o carro continuou andando, mas outro buraco se formou entre ele e a primeira alegoria.
 
Mais à frente, uma integrante de outra alegoria passou mal, aparentemente por causa do calor. Ela foi socorrida pelos bombeiros e passa bem.Por fim, na dispersão, uma senhora desmaiou no carro Floresta Encantada e foi levada para uma ambulância.
 
Martelo que levita
 
A Unidos da Tijuca é a atual campeã do carnaval carioca e venceu também o campeonato de 2010. Paulo Barros, conhecido pela originalidade de seu trabalho, levou para a Maquês de Sapucaí seres mitológicos e de contos de fadas da cultura alemã, além de muitos brinquedos.
 
Terceira a desfilar neste domingo (10), a escola apresentou o enredo "Desceu num raio, é trovoada! O Deus Thor pede passagem para mostrar nessa viagem a Alemanha Encantada", que mostrava a contribuição do povo alemão para a nossa civilização, passeando por temas como artes, música, ciência e tecnologia.
 
O desfile foi dividido em seis setores, com seis alegorias, cada uma encenando um trecho do enredo. Ao todo desfilaran cerca de 3.800 componentes, divididos em 30 alas.As surpresas começaram logo na comissão de frente. Integrantes vestidos como o deus Thor — responsável por conduzir a história segundo o enredolevavam um martelo que parecia levitar.
 
Em um carro com uma bandeira metade da Alemanha e a outra metade do Brasil, outros membros se debruçavam para trás, dando a sensação de que iriam cair. Eles estavam, na verdade, presos a uma bota afixada no chão, que pesa sete quilos.
 
A Velha-Guarda, que costuma encerrar a maioria dos desfiles, foi colocada logo no início, antes do abre-alas.E com a passagem do abre-alas, um som de trovão tomou a Sapucaí. Embalados pelo efeito sonoro, a cada metade de setor os componentes da alegoria faziam uma demonstração de salto olímpico em uma "piscina" negra de espuma.

O carro era o maior da escola neste ano: media 11 metros.Juntos 20 anos na avenida, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marquinhos e Giovanna, usavam uma roupa toda preta, feita com plumas de faisão, cheia de luzes de LED que acendiam durante o desfile, mudando de cor. Os tons variavam entre amarelo, azul, rosa e vermelho.Outro casal que veio depois vestia trajes inteiramente feitos em borracha pintada em tons de azul, sem nenhum brilho.

 
Mais um "carro vivo", a alegoria "A floresta encantada" trazia 75 duendes que "se transformavam" em cogumelos dançantes. Os membros desse carro poderiam ter, no máximo, 1,72 m de altura, para caber na fantasia.O samba foi defendido pelo intérprete Bruno Ribas, embalado pela bateria comandada por mestre Casagrande. Os ritmistas estavam vestidos de Músicos de Bremen, numa referência à fábula dos irmãos Grimm. A atriz Juliana Alves estreou como rainha de bateria da escola.
 
 
Fonte: G1.