Banco de Leite do HEC está em estado crítico; unidade faz apelo por doações 

O Banco de Leite Humano do Hospital Estadual da Criança (BLH/HEC), em Feira de Santana, está necessitando de doações. Atualmente, o estoque possui 11 litros de leite materno, com uma média diária de consumo por dia de três litros. A situação é crítica porque só há o alimento para os próximos três dias. 

A coordenadora do setor, Wanessa Ribeiro, fez um apelo ao Acorda Cidade para que as mulheres em amamentação façam doações na unidade ou entrem em contato com a equipe para recolher em domicílio. Após receber o leite, a unidade pasteuriza e encaminha para os recém-nascidos internados nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) neonatais do HEC. 

“A coleta pode ser feita no próprio banco de leite, ou na residência da doadora. A equipe do banco de leite faz as orientações necessárias, disponibiliza os frascos para a coleta e armazenamento do leite materno, até seu envio para o banco de leite”, informou Wanessa Ribeiro. 

O processo é simples. A doadora recebe todas as orientações necessárias, desde o primeiro passo para a realização da doação, até o momento da coleta do leite materno. É orientada a maneira de realizar a higiene da mama, a ordenha do leite, que pode ser feita com bomba extratora ou de forma manual. O armazenamento também é explicado pela equipe para não haver nenhuma perda no momento da coleta. Orientações impressas e uma equipe estão disponíveis para retirar possíveis dúvidas durante o processo. 

Todas as mães que estão amamentando seus filhos podem doar leite materno. Segundo a coordenadora, que também é nutricionista, quanto mais é extraído leite do peito, mais a doadora produz, assim não faltará leite materno para a criança. Ela ressalta a importância da doação. 

“Através das doações conseguimos ofertar o leite materno para os recém-nascidos internados nas UTI’s neonatais do HEC. O leite materno é o melhor alimento para qualquer bebê e para os prematuros, o desafio ainda é maior, visto que o seu trato gastrointestinal tem sua função imatura, com o leite materno a digestão é facilitada. O leite materno ajuda a evitar a enterocolite necrosante (uma inflamação no intestino do recém-nascido)”, explicou.  

Ainda segundo a coordenadora, por ser uma unidade de alta complexidade, a maioria dos partos são prematuros. Por isso, muitas mães dão à luz sem produzir o leite ou o fornecimento é pouco. 

O leite doado salva-vidas e garante a nutrição dos recém-nascidos combatendo infecções como diarreia, alergias, pneumonias, bronquites, gerando o ganho de peso mais rápido e alta hospitalar dos bebês.

“O leite materno é o alimento mais completo que existe. Ele possui todos os nutrientes que o recém-nascido necessita para se nutrir e se desenvolver. O leite humano é indiscutivelmente o alimento que reúne as características nutricionais ideais, com balanceamento adequado dos nutrientes, além de desenvolver inúmeras vantagens imunológicas e psicológicas, importantes na diminuição da mortalidade infantil”, ressaltou. 

Além disso, a amamentação é fundamental também para as mães no período do puerpério, quando o corpo passa novamente por novas transformações. 

“O contato pele a pele aumenta o vínculo afetivo, a amamentação favorece a contração uterina, evitando hemorragia pós-parto, favorece a descida do leite, evita hipoglicemia neonatal, aumenta o vínculo mãe/bebê que favorece o aumento do tempo de aleitamento. A amamentação é, então, importante para a criança, para a mãe, para a família e para a sociedade em geral”, reforçou. 

Como doar

As mulheres que tiverem interesse em doar, podem ligar para o banco de leite pelo número (75) 36020630 ou enviando mensagem via WhatsApp (75) 991640217.

O BLH fica localizado no térreo, ao lado da recepção geral do HEC. Para as mães que desejam doar presencialmente, basta se dirigirem até a unidade das 7h às 19h, durante todos os dias da semana, inclusive, aos finais de semana. 

Para quem extrai o leite em casa, é importante lembrar que deve ser armazenado em recipientes de vidro com tampa plástica. 

Com informações da jornalista Maylla Nunes do Acorda Cidade

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