Combate a dengue!

Agentes de endemias encontram dificuldades para fazer vistorias em residências

Neste momento grave de aumento de casos prováveis e confirmados no estado, o esforço de toda a sociedade é imprescindível.

Agentes de endemias encontram dificuldades para fazer vistorias em residências Agentes de endemias encontram dificuldades para fazer vistorias em residências Agentes de endemias encontram dificuldades para fazer vistorias em residências Agentes de endemias encontram dificuldades para fazer vistorias em residências
agente de endemias - dengue - combate ft ascom SMS2
Foto: Divulgação/SMS

Em meio a uma grande mobilização nacional de combate à dengue, os agentes de endemias, entre os principais personagens nesta luta, estão enfrentando dificuldades para adentrar as residências para realizar a fiscalização de focos do mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti.

“Vamos às residências adentrar as casas, o morador tem uma resistência muito grande, não quer deixar a gente entrar, primeiramente tem uma certa desconfiança também, eles olham a gente com outros olhos, alguns, não são todos, e também tem as casas fechadas. Tem casas que têm morador, ele está vendo a gente na porta batendo e não abre mesmo estando em casa”, relatou ao Acorda Cidade o servidor Geraldo Ferreira. 

agente de endemias - dengue - combate ft ascom SMS2
Foto: Divulgação/SMS

Para Geraldo, neste momento de epidemia é de extrema importância que os moradores colaborem com o serviço nas residências e deixem os colaboradores entrarem. O prefeito da cidade, Colbert Martins, falou durante o programa Acorda Cidade, que a 80% dos focos do mosquito estão concentrados nas casas dos moradores.  

“Venho encontrando muito em quintais, latas jogadas, pneus, morador que está na casa e não tem um devido cuidado de tirar o pneu da área aberta para não entrar água, botando em uma área coberta. Esse é o nosso papel, furar, eliminar as latas, tratar os pneus, cobrir os pneus, e orientar o morador a fazer esse trabalho também, porque é um trabalho nosso, mas quando não estamos em casa, o morador tem que tomar conta também”, ressaltou.

Segundo Geraldo, os condomínios são os principais locais onde há resistência por parte dos moradores. Apesar do fardamento credenciado, ele aponta a necessidade de substituição dos equipamentos de trabalho que já estão defasados. 

“O morador está sempre olhando para a gente pensando que a gente vai agir de má-fé na casa deles, e tem essa resistência para entrar na casa. Nós temos um fardamento, mas é um fardamento que já é um tanto deficiente. Tem que ser renovado, sacola de trabalho, nós não temos uma reposição devida, enfim, temos uma certa deficiência em relação ao insumo de trabalho”, disse o agente ao Acorda Cidade. 

O agente explicou que a cobertura de área acontece entre quarteirões dentro do bairro, e nesse espaço a base para uma equipe é de 800 a 1000 imóveis vistoriados.

O presidente do Sindicato dos Agentes de Combate às Endemias da cidade, Roberto de Carvalho, também esclareceu algumas dificuldades que a classe enfrenta para combater a dengue. 

“O grande problema nosso é a deficiência do quantitativo de profissionais para estar exercendo a sua função laboral, a visita domiciliar de campo. E, também, tem a questão da comunidade, que muitas vezes não colabora com o agente na questão da prevenção, do controle do vetor, que é o mosquito adulto”, ressaltou.

O presidente aponta que, há 20 anos, quase nada se alterou na estrutura do trabalho dos agentes. Em 1997, possuíam 230 agentes, atualmente são 335.  

“Existe também a situação técnica que, muitas vezes, as coordenações que vêm para dar uma sustentação no programa, elas não têm essa experiência de campo, o que dificulta um pouco o trabalho do agente, inclusive com a administração, no sentido de coordenação”, pontuou.

Segundo Roberto, o município já adquiriu equipamentos, como a bomba costal, para erradicar o mosquito adulto, mas como todo utensílio de trabalho, ele acaba danificando com o tempo de uso. Também não há agentes suficientes para socorrer este momento de epidemia. 

“Outros investimentos também que o município deve fazer é dar ao agente condições propícias para o trabalho, como um fardamento adequado. Ano passado saiu um fardamento, um crachá, que há anos não tinha crachá. Mas estamos trabalhando sem um protetor solar, sem um repelente, e muitas vezes, quando esse produto chega, chega próximo ao prazo de validade. Então, há muitas situações no campo, inclusive de imobilidade, há gente que tem algumas deficiências, que precisaria que a gestão estivesse realmente atendendo essas questões pontuais” explicou.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram