Boicote de alunos influenciou baixo desempenho de cursos da Uefs

Os resultados divulgados não podem refletir a realidade das instituições envolvidas, uma vez que, há boicote por parte dos estudantes durante a realização da prova, como forma de protesto ao modelo do Enade.

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O  Ministério da Educação (MEC), divulgou ontem (03), o resultado do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enad).  A avaliação colocou a os cursos de História, Geografia e Engenharia Civil  Universidade Estadual de Feira de Santana – Uefs – entre os cinco piores instituições de ensino superior do país nos cursos de Geografia e História, que obtiveram conceito 1, e Engenharia Civil, com conceito 2, numa variação de 0 a 5.
 

De acordo com a coordenadora de graduação da Uefs, Iraildes Andrade Juliano, os resultados divulgados  não podem refletir a realidade das instituições envolvidas, uma vez que, há boicote por parte dos estudantes durante a realização da prova, como forma de protesto ao modelo do Enade. Isso resulta no  comprometimento da média final. 

Geralmente os alunos de geografia e história, são os que mais aderem a esse movimento nacional estudantil de boicote às provas do Enade. A presença do aluno é obrigatória, para a obtenção do diploma, mas não são obrigados a responder a prova. O curso de Física, obteve um resultado positivo, onde alunos concluintes tiveram nota 35,49 enquanto os ingressantes 14,83.

A Pró-Reitoria de Graduação da universidade está levantando dados para avaliar o resultado do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) de 2008.

O Inep/MEC não divulga, nesta primeira etapa, a quantidade de alunos que compareceram, mas não responderam a prova. Porém, alguns dados publicados fornecem indícios de que um número significativo de estudantes boicotou a prova, orientados pela campanha do movimento estudantil em nível nacional, que não concorda com o modelo atualmente utilizado no Enade.
 
Dentre os indícios apontados pela coordenadora Iraildes Juliano, está a comparação entre as médias dos alunos que estão se formando (concluintes) e os que estão com o curso ainda em andamento (ingressantes), muitos destes dos primeiros semestres. No caso do curso de História, a média geral dos concluintes foi de 5,95, bem abaixo dos ingressantes, que foi de 10,98. Situação semelhante acontece com a nota dos alunos de Engenharia Civil. Pelo menos teoricamente, salienta Iraildes Juliano, os concluintes deveriam obter notas com médias superiores aos ingressantes, mesmo considerando-se que foram aplicadas provas diferentes.
 
Campanhas
 
A aluna Rafaela Souza, diretora do Diretório Central dos Estudantes (DCE) argumenta que a entidade promove o boicote, inclusive através de campanhas, porque Enade, segundo ela, não possui metodologia ideal para avaliação dos cursos de nível superior. “Isto compromete ações governamentais, como o repasse de recursos para as instituições”.
 
A coordenadora Iraildes Juliano chama a atenção para o fato das universidades estaduais baianas passarem por outras avaliações, inclusive do Conselho Estadual de Educação, o que resulta na autorização e permanência dos cursos. “O resultado do Enade deve ser avaliado e levado em consideração para tomada de decisões e ações visando o aperfeiçoamento das graduações, mas com análise das situações envolvidas”, ponderou.
 
A Uefs, destaca a coordenadora, tem promovido eventos com a participação de alunos, professores e representantes do Inep/MEC, no sentido de debater a metodologia utilizada no Enade. O modelo, lembrou, tem sofrido alterações ao longo dos anos, o que pode reforçar o questionamento feito por alunos e outros segmentos do ensino superior. Além disso, instituições como a USP e a Unicamp não participam do Enade.

Informações da Ascom/Uefs
 

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