Dia do Forró

Coordenador municipal do Fórum Forró de Raiz pede mais valorização ao ritmo disseminado por Luiz Gonzaga

Luiz Gonzaga distribuiu centenas de sanfonas pelo Brasil para preservar o forró, garantindo que o ritmo não morresse.

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Os Bambas do Nordeste
Foto: Ascom

No Dia Nacional do Forró, celebrado nesta quarta-feira, 13 de dezembro, a riqueza cultural e os desafios enfrentados por esse gênero musical ganham destaque. Em entrevista ao Acorda Cidade, o coordenador municipal do Fórum Nacional do Forró de Raiz, Carlos Mattheus, destacou sobre a relevância de Luiz Gonzaga na história deste gênero musical, cuja data comemorativa foi escolhida em homenagem ao dia de nascimento do Rei do Baião.

Para Carlos Mattheus, que também é produtor da banda de forró “Os Bambas do Nordeste”, é impossível abordar o forró sem mencionar Luiz Gonzaga, que se destaca como um dos artistas mais completos da música brasileira. Gonzaga não apenas inovou e empreendeu, mas também divulgou a cultura nordestina para o mundo.

“Ele desenvolveu um ritmo genuinamente nordestino, inovou, empreendeu e divulgou a nossa cultura para o mundo e em suas músicas ajudou a redescobrir um lado esquecido do país que era o Nordeste”, destaca Mattheus.

Luiz Gonzaga e Baio
Foto: Arquivo Pessoal

A influência de Gonzaga não se limitou à música; ela se estendeu para a agricultura familiar, rede hoteleira, artesanato e toda uma cadeia produtiva associada aos festejos juninos.

Ele também distribuiu centenas de sanfonas pelo Brasil para preservar o forró, garantindo que o ritmo não morresse.

“Gonzaga tinha muita preocupação para que o forró não viesse a morrer. Então ele distribuiu mais ou menos 200 sanfonas pelo Brasil e na cidade de Feira de Santana, na Bahia, não foi diferente. Na Princesa Sertão ele encontrou um talento chamado Baio do Acordeon e lhe presenteou com uma sanfona branca. Mestre Baio teve a satisfação de fazer turnê e conviver com o Rei do Baião”, recordou Matteus em entrevista ao Acorda Cidade.

Valorização

Mattheus comentou sobre uma transformação nos festejos juninos ao longo do tempo. O forró, que deveria ser o protagonista, muitas vezes se torna coadjuvante, perdendo espaço para uma mistura de ritmos. Ele destaca a importância de preservar a identidade cultural do forró e resgatar a essência dos festejos juninos.

“Infelizmente o que vemos com o passar do tempo são os festejos juninos ao qual foi criado para festejar as colheitas a fartura tendo em vista uma dança própria, um ritmo próprio, uma característica própria, se transformarem em algo que não tem nada a ver com a nossa cultura. Uma verdadeira mistura de ritmos e o forró, que deveria ser o centro das atenções, o protagonista do evento, agora participa como convidado”, lamentou.

Apesar disso, o forró vem tendo novas conquistas, como relembra Matteus.

“Hoje também comemora-se dois anos que conseguimos tornar o forró reconhecido pelo Iphan, como patrimônio cultural imaterial do Brasil. Ano passado, na cidade de Cachoeira, demos a abertura estadual do plano de salvaguarda do forró e estamos em busca para que a Unesco reconheça o forró como patrimônio mundial. Recentemente o presidente sancionou uma lei que declara o forró como Manifestação Cultural do país de autoria do deputado federal, o feirense Zé Neto”, informou.

Mattheus questiona por que o Brasil muitas vezes importa cultura e não exporta a sua. “Muito foi feito, mas há muito a fazer pelo ritmo e cultura que é nossa e fica aqui um questionamento: Por que sempre temos que importar e não exportar?”

Com informações da jornalista Iasmim Santos do Acorda Cidade

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