Fim da greve
Uefs retoma todas as atividades nesta quinta-feira (16)
O pórtico já está desobstruído e equipes extras de limpeza e manutenção já estão na Universidade trabalhando.
15/11/2023 às 11h31, Por Andrea Trindade
Terminou a greve dos estudantes da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). A reitoria informou, por meio de nota, que a partir da manhã desta quinta-feira (16), todas as atividades e ações da universidade serão imediatamente retomadas e normalizadas. A gestão também informou que todos os roteiros dos ônibus funcionarão normalmente, inclusive os oriundos dos trajetos Salvador-Feira.
Ainda de acordo com a nota, o pórtico já está desobstruído e equipes extras de limpeza e manutenção já estão na Universidade trabalhando para garantir todos os acessos. Informações específicas direcionadas aos servidores e servidoras que trabalham no prédio da reitoria serão posteriormente alinhadas com as respectivas chefias.
“A retomada dos trabalhos amanhã vai priorizar todos os pagamentos atrasados”, garantiu a reitora Amali Mussi.
Calendário
A Uefs informou também que na tarde desta quinta-feira, também acontecerá a reunião do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade Estadual de Feira de Santana (Consepe), para deliberar sobre as questões relativas ao calendário acadêmico, bem como outras demandas específicas às atividades de ensino, pesquisa e extensão.
38 dias de mobilização
Após 38 dias de intensa mobilização, os estudantes Uefs decidiram encerrar a greve em uma Assembleia Geral de Estudantes (AGE) realizada na terça-feira (15), que contou com a presença de mais de 1.080 estudantes, ultrapassando o quórum necessário.
Em entrevista ao Acorda Cidade, Anthony Araújo, estudante de engenharia de computação e membro do comando de greve, compartilhou os principais pontos discutidos durante a AGE.
“Ontem nós tivemos uma Assembleia Geral de Estudantes, que se iniciou por volta das 7h15, 7h30, horário da segunda chamada. A AGE teve um quórum de mais de 1.080 estudantes e, após alguns debates e discussões sobre os ganhos da greve, tanto na questão dos professores quanto nos compromissos firmados pela Reitoria, decidimos pelo fim da greve”, afirmou.
Anthony destacou a resistência dos estudantes diante dos desafios enfrentados durante os 38 dias de greve. “Desde o primeiro dia útil de greve, na verdade, desde o primeiro dia de greve, já existiu um movimento antigreve organizado, sobretudo por setores ligados ao governo. Houve uma articulação muito forte, governo, reitoria e alguns setores inexpressivos dentro do movimento estudantil para tentar minar a greve a todo custo”, disse.
Mesmo com adversidades, os estudantes consideram a greve uma vitória. “Mesmo com o corte de bolsas feito intencionalmente por parte da reitoria e todos os obstáculos, conseguimos uma quantidade considerável de compromissos. Agora, os estudantes seguem mobilizados, cobrando a mesa de negociação e esperamos que a reitoria cumpra com os compromissos”, explicou Anthony.
Compromissos firmados
Em entrevista ao Acorda Cidade, Amali Mussi, expressou sua satisfação com o encerramento da greve estudantil que durou alguns dias. Em uma declaração, a Reitora enfatizou a importância do diálogo na resolução dos impasses.
“É muito importante poder estar aqui e falar do resultado dessa greve estudantil, que chegou ao fim. Fruto do diálogo, os estudantes estabeleceram pautas e nós dialogamos sobre cada ponto de pauta e construímos um documento que foi assinado em conjunto, pelo movimento estudantil e pela reitoria”, afirmou a Reitora.
O documento, que resultou de intensas negociações, foi submetido à apreciação dos estudantes em uma assembleia. A decisão pelo fim da greve foi tomada com base nas garantias e compromissos assumidos pela administração central.
Apesar dos prejuízos causados pela paralisação, Amali Mussi destacou que o exercício do diálogo e a reflexão sobre a universidade foram aspectos positivos. “Os prejuízos da paralisação foram enormes. Sempre há prejuízos. Mas houve um exercício do diálogo e da reflexão sobre a própria universidade. A parada faz com que isso se aprofunde na universidade. Então, eu considero até uma questão importante”, disse.
A reitora reconheceu os desafios que agora precisam ser superados para normalizar as atividades da universidade. “Os prejuízos nós estamos tentando dirimir ao máximo. E, por isso, que é importante a retomada imediata. Para que a gente possa realizar todos os pagamentos dos serviços, as bolsas, os auxílios, que ficaram impedidos de serem realizados”, explicou.
Ela ressaltou as medidas imediatas que serão tomadas para regularizar diversos serviços, incluindo a realização de concursos e seleções que já estavam em andamento. “Uma das demandas é a recomposição do quadro de professores. Outra questão muito importante é a manutenção permanente dos laboratórios. Nesse sentido também, as empresas já estão com cronogramas para a realização e nós precisamos dessa retomada para poder realizar muitas dessas manutenções”, afirmou a reitora ao Acorda Cidade.
A atenção psicossocial também foi destacada como uma prioridade. “Hoje nós temos um impedimento legal para a realização de concursos de psicólogos, de médicos, de enfermeiros, de assistentes sociais, que oferecem esse apoio psicossocial, mas nós estamos buscando alternativas e outros caminhos para poder ampliar o atendimento psicossocial para toda a comunidade universitária, dentre outros pontos”, disse.
O comando de mobilização continuará ativo, monitorando a implementação dos compromissos assumidos pela Reitoria. Os estudantes, apesar dos desafios enfrentados, veem o encerramento da greve como uma conquista significativa em direção às suas pautas.
Com informações dos repórteres Ney Silva e Ed Santos do Acorda Cidade
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Qualquer pessoa com o mínimo de bom senso reconhece que as bolsas não foram pagas porque os estudantes invadiram a reitoria e os técnicos responsáveis pelos pagamentos se recusaram a trabalhar coagidos pelos mesmos. Ou seja, o problema foi criado por eles. Outrossim, após o resultado da Assembleia ficou claro porque a liderança do movimento não queria marcar uma AGE: Certeza da derrota.