Seleção Brasileira
Boxe conquista 4 ouros, 12 medalhas e faz melhor campanha da história em Jogos Pan-americanos
Bia Ferreira, Carol Naka, Jucielen Romeu e Barbara Almeida foram campeãs; pugilistas brasileiros faturaram ainda cinco pratas e três bronzes.
28/10/2023 às 07h41, Por Acorda Cidade
Uma campanha realmente histórica do boxe brasileiro, com todos os recordes quebrados. Santiago 2023 agora é a edição com o maior número de ouros conquistados pela modalidade, com quatro, e a que os pugilistas brasileiros subiram ao pódio, com 12. As maiores responsáveis pelo desempenho incrível foram as mulheres: Carol “Naka” Almeida (50kg), Jucielen Romeu (57kg), Bia Ferreira (60kg) e Barbara Almeida (66kg) venceram suas lutas nesta sexta-feira, 27, no Centro de Treinamento Olímpico, no bairro de Ñuñoa, e conquistaram o ouro.
“Estou muito satisfeito com a equipe feminina, foi um desempenho monstruoso. O Brasil evoluiu muito com investimento em treinamento, participação em competições fora do Brasil, salário em dia. Hoje, Brasil e Colômbia são as potências do boxe feminino do Continente”, disse Mateus Alves.
As pratas ficaram Tatiana Chagas (54kg), Michael Douglas Trindade (51kg), Wanderley Pereira (80kg), Keno Marley Machado (92kg) e Abner Teixeira (+92kg). Já tinham garantido o bronze na quinta-feira: Viviane Pereira (75kg), Luiz Oliveira “Bolinha” (57kg) e Yuri Falcão (63.5kg). lembrando que, com o término do Pan, o Brasil é país que mais tem atletas classificados para os Jogos Olímpicos na modalidade, com 9. França e China, os segundos colocados na lista, têm 7 cada. O Brasil ainda terá como classificar os quatro atletas que não garantiram vaga em Paris 2024 nos pré-olímpicos em fevereiro e em maio.
“Vamos buscar (as quatro categorias que ainda não classificaram). Em 13 sorteios, as chances de caírem duas ou três chaves melhores é maior. É isso. Não é só competência, tem o fator de encaixar o jogo contra os adversários. As vezes vai encaixar melhor contra um país ou outro. E fugir de adversários duros como o Juilo (Cesar La Cruz) na primeira luta é bom, melhor pegar na semifinal ou na final”, completou Alves.
As lutas
Caroline Almeida (50kg) enfrentou Jennifer Lozano, dos Estados Unidos. No primeiro round, a estado-unidense teve dificuldade de achar a distância e Carol teve a vitória para 4 dos 5 juízes da luta. O ginásio estava ao lado da brasileira e quando sugiram gritos de apoio para Jennifer, prontamente responderam com “Brasil, Brasil”. No segundo round, a superioridade da brasileira ficou ainda mais evidente e a vitória de Carol veio por unanimidade. O terceiro serviu apenas para confirmar o ouro da pugilista nascida no Recife.
“E como falei, hoje eu vim aqui para me divertir e fazer o meu trabalho. Estou muito feliz, a pugilista boxeava do jeito que eu gosto. Ela não vinha para frente, me deixando bem solta. Nenhuma luta é fácil, mas essa comparada com a de ontem (semifinal contra Ingrit Victor, da Colômbia) foi mais rápido porque consegui fazer o que eu gosto, que é boxear assim meio solto, meio estranho, mas é meu jeito”, disse a boxeadora de 31 anos. Durante a pandemia, Naka teve depressão e perdeu 8 quilos. O boxe a ajudou a se recuperar e, desde então, ganhou quatro Nacionais e subiu ao pódio do Mundial.
“Há uns dois anos que estou na equipe e vim trazendo resultados positivos. Desde que entrei, me vejo numa escada, subindo e o topo é Paris e uma medalha. Então, isso mostra que o trabalho da equipe só tende a melhorar”, completou.
A segunda decisão com brasileiros envolvidos na tarde desta sexta-feira foi um massacre. Jucielen Romeu (57kg), prata nos Jogos Pan-americanos Lima 2019, ouro nos Jogos Sul-americanos e atleta olímpica em Tóquio, dominou completamente o combate contra Valeria Mendoza, da Colômbia, e conquistou o terceiro ouro da modalidade.
“Essa medalha vai especialmente para o meu pai. Esse ano foi bem difícil, ele não está 100% de saúde, mas está lá assistindo e, com certeza, está muito feliz. Ano que vem vai estar 100% para me acompanhar em Paris. Essa medalha é em especial para ele”, dedicou a pugilista de Rio Claro (SP).
“Gostei bastante da luta de hoje. Eu subi muito decidida a ser campeã sem nenhum perrengue, sem nenhum susto como foi ontem (em que chegou a perder o primeiro round). Estudei bastante minha adversária e subi muito focada. Minha confiança estava 110%, decidida a ser campeã, a fazer tudo que eu treinei e que estava preparada para fazer. E deu tudo certo, foi uma luta tranquila, dominada nos três rounds. Agora é Paris, e se deus quiser, uma medalha olímpica”, completou.
Na terceira final do Brasil, Barbara Santos (66kg) encarou Morelle Maccane, dos Estados Unidos. O confronto foi muito equilibrado, com muitas trocas de golpes. No primeiro round, 3 juízes deram vitória para a brasileira e dois para a estado-unidense. No segundo, foi exatamente o contrário. No terceiro, Binha foi efetiva e o juiz chegou a abrir contagem para a Maccane. Na comemoração, uma sambinha que levou o ginásio ao delírio.
“A sambadinha significa o molejo do brasileiro, uma das coisas boas do Brasil e o pessoal gosta muito. A luta foi dura, tive uma adversária difícil, que nocauteou as anteriores, então, tentei me manter bem tranquila para sair com esse bom resultado. Eu sabia que poderia vencer e venci. Isso vai servir de experiência para Paris e lá ou tentar fazer o melhor também”, disse Binha.
Wanderley Pereira (80kg) foi o último brasileiro a entrar no ringue para tentar a medalha de ouro, mas acabou superado por Arlen López Cardona, cubano bicampeão olímpico e que agora também soma três ouros em Jogos Pan-americanos. Holyfield, como é conhecido, destacou que a vitória no terceiro round é um caminho.
“Ele é o cara a ser batido e vou treinar para isso. Não tem o que fazer, não pode abaixar a cabeça, não pode desanimar. Agora, é continuar o trabalho e treinar cada vez mais forte. O terceiro round foi um sinal que tenho condições de ganhar dele. É um cara que é referência no boxe, sempre vai ser. Não apenas para mim, mas para todos”, analisou Wanderley.
Michael Douglas Trindade (51kg), com uma lesão no cotovelo, e Abner Teixeira (+92kg), com uma no joelho, foram poupados das respectivas finais por decisão da equipe médica e comissão técnica, já que conquistaram o objetivo maior dos atletas na competição que era a classificação para os próximos Jogos Olímpicos. Os atletas serão reavaliados na volta ao Brasil para a decisão do melhor tratamento a ser seguido.
“Trabalhamos forte e duro para nos classificar para os Jogos Olímpicos. Conseguimos, mas na luta contra o atleta do Equador, eu senti uma lesão que tive em 2021. Na semifinal, senti um pouco mais. O médico me avaliou e, junto da comissão técnica, decidiram me poupar para não piorar. Eu vim para ser campeão, mas teve esse imprevisto. O importante é que vamos estar em Paris 2024”, comentou Michael “Parázinho”.
Ouro também pela manhã
Beatriz Ferreira segue no boxe olímpico e que bom para o Brasil. A medalhista olímpica venceu Angie Valdes, prodígio do boxe colombiano e vice-campeã mundial em 2023, na decisão da categoria até 60kg em Santiago 2023 e conquistou seu segundo ouro em Jogos Pan-americanos. Além dela, Tatiana Chagas (54kg) e Keno Machado (92kg) conquistaram a prata. A baiana está fazendo o que promete ser seu último ciclo olímpico, já com vaga garantida em Paris 2024.
“Missão dada é missão cumprida. Classifiquei e, de brinde, peguei o ouro. Estou muito feliz. Jogos Olímpicos já estão aí e eu quero pegar a mãe de todas, a dourada. Meu último ciclo, era para ser em Tóquio, mas fui desafiada, um ciclo menor (três anos até Paris 2024). Quis repetir as competições, trazendo ouro novamente, e está dando tudo certo. Acredito que lá em Paris vou estar no pódio e brigando pelo ouro”, contou Bia.
Bronzes confirmados
No boxe, os semifinalistas que não avançam já garantem o bronze. Nesta quinta, 26, Yuri Falcão Reis não conseguiu superar Wyatt Sanford, do Canadá, enquanto Vivi Pereira e Luiz Oliveira “Bolinha” foram derrotados, respectivamente, por Atheyna Bylon, do Panamá, e Jamal Harvey, dos Estados Unidos, e confirmaram a medalha de bronze.
Fonte: COB
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