Daniela Cardoso
Várias famílias foram retiradas de apartamentos do condomínio Vida Nova I e II, no bairro Aviário, durante uma ação de reintegração de posse da Caixa Econômica Federal, juntamente com a Polícia Militar e representantes da prefeitura. As famílias que ocupavam as 22 unidades do condomínio tinham invadido os apartamentos, que estavam vazios, há cerca de três meses.
O secretário municipal de Habitação, Gilberto Ruy, afirmou que alguns carros foram disponibilizados para levar as famílias e seus pertences para casas de amigos ou parentes. Ele afirmou que a prefeitura não tem casas disponíveis para colocar essas pessoas, mas que o serviço social dará encaminhamentos posteriores.
Com relação aos verdadeiros donos, que não ocuparam as unidades no prazo estabelecido, o secretário informou que os contratos já foram rescindidos e que a Caixa já solicitou novos nomes de pessoas que precisam de moradia e que estavam inscritos no programa Minha Casa, Minha Vida.
Muitos moradores que foram retirados das unidades alegaram que estão desempregados e que não tem para onde ir. Eles também denunciaram que muitas pessoas, contempladas com as unidades do residencial, já tem onde morar e por isso não ocuparam os apartamentos.
Milena Porto Tavares conta que invadiu o apartamento há cerca de três meses, pois está desempregada e não tem condições de pagar aluguel. Ela disse que morava em Salvador e que não tem amigos e nem parentes em Feira de Santana.
“Eu invadi o apartamento com os meus filhos, pois não tenho para onde ir, eu vim de Salvador e morava de aluguel em outra casa, só que houve o aumento do preço e não tive mais como pagar, pois só recebo por mês R$ 134 pelo bolsa família”, relatou.
Milena é mãe de dois filhos; um de nove e outro de cinco anos e não tem marido, que segundo ela a abandonou. Ela se desesperou ao ter que sair da casa que estava morando. “Meus filhos estão agora na escola e quando eles voltarem nós vamos para onde? Eu não tenho para ir, será que vou ter que ir morar em baixo de uma ponte com os meus filhos? Se os donos desses apartamentos precisassem eles estariam morando aqui”, disse.
A moradora Eredita Amorim Pinho, também lamentou ter que sair do apartamento com a sua família. Ela pediu providências ao secretário Gilberto Ruy e disse que não tem como pagar aluguel.
“Eu fiquei sabendo que as casas estavam vazias e que os proprietários que ganharam essas unidades já moravam em ouros locais. Como eu não tinha casa resolvi vim para cá onde já estava morando há três meses. Eles têm que vê quem realmente precisa. Espero que eles tomem uma providência e ceda um local para a gente ficar até resolver a nossa situação”, pediu.
A ação de reintegração ainda foi executada no Residencial Acquárius, na rua Senador Quintino, onde quatro famílias tiveram que deixar as casas.
As informações e fotos são do repórter Paulo José do Acorda Cidade