Daniela Cardoso
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Uma operação da Polícia Federal cumpriu nesta quinta-feira (3) dois mandados de prisão em Feira de Santana, onde dois contadores foram presos. Essas prisões são o resultado de uma investigação da PF, da Receita Federal e do Ministério Público com o objetivo desarticular uma quadrilha acusada de fraudar declarações do Imposto de Renda.
Os nomes dos contadores não foram divulgados. O delegado da Receita Federal disse apenas que os contadores são conhecidos na cidade. “Eles são, inclusive, professores universitários”, afirmou.
A quadrilha era formada por funcionários de uma empresa de contabilidade que fazia as declarações de Imposto de Renda de três prefeituras baianas. Os responsáveis pela empresa inseriam dados falsos de funcionários-fantasmas para aumentar o valor restituído pela Receita Federal. Uma coletiva foi realizada no final da manhã de hoje na sede da Delegacia da Receita Federal em Feira de Santana para falar sobre o assunto.
O procurador da República, Marcus André Carneiro, informou que, somente em Feira de Santana, a fraude chegou a 1 milhão de reais. “Conseguimos estancar a fraude no momento em que ela está ocorrendo, ou seja, o prazo de declaração do imposto de renda se encerrou recentemente e nós atuamos imediatamente”, ressaltou.
O Procurador da República afirmou que há um envolvimento de prefeituras baianas nas declarações enviadas, mas que a fraude está consubstanciada nas declarações enviadas por pessoas físicas. “Eram essas que geravam direito a restituição”, disse.
O inquérito policial está em andamento e ainda não se tem o quantitativo dos contribuintes que estão fraudando a Receita Federal em Feira de Santana. Marcus Carneiro disse que a fraude vem desde 2010 e que cerca de 70 pessoas estão envolvidas em Feira.
O delegado da Receita Federal, Manuel Luis Coutinho, afirmou que a fraude foi detectada, pois a Receita analisa as declarações de imposto de renda, onde foi detectado que pessoas humildes estavam recebendo valores expressivos das restituições. Além de Feira de Santana, a fraude está acontecendo em outros municípios baianos.
“Agora vamos analisar se em anos anteriores essa fraude ocorreu e vamos estudar os documentos para vê a extensão dessa fraude. Já temos mapeado praticamente todas as pessoas que se beneficiaram”, disse.
A polícia ainda deve cumprir durante a operação 'Onça Preta' duas conduções coercitivas e cinco mandados de busca e apreensão nos municípios de Jequié, Feira de Santana e em Fortaleza, no Ceará.
Os integrantes da quadrilha devem responder por falsidade de documento público, uso de documento falso, crimes contra a ordem tributária e estelionato. A Receita Federal do Brasil estima que a fraude tenha causado prejuízo total de mais de cinco milhões de reais aos cofres públicos.
As informações são do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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