Bahia
Governo da Bahia lança campanha ‘Se a gente não fala, a violência não para’
A produção mostra um casal socializando com outras pessoas em uma confraternização, onde o homem é descontraído com todos e atencioso com a sua parceira.
15/07/2023 às 09h01, Por Acorda Cidade
“A gente precisa pensar em uma sociedade em que o amor seja a mola propulsora, e não o medo”, disse Thaís Reis, roteirista do filme publicitário que dá nome à campanha ‘Se a gente não fala, a violência não para’, do Governo da Bahia, lançada na quinta-feira (13). Em menção a Bell Hooks no seu livro ‘Tudo sobre o Amor’, ela destaca que a campanha em combate à violência de gênero tem o horizonte de construir uma sociedade do cuidado mútuo, na qual o enfrentamento à violência seja uma responsabilidade de todos. “Essa produção é uma espécie de chamado coletivo”, frisou.
O trabalho de pesquisa para a construção da campanha passou por um mergulho da autora nos estudos feministas, para o entendimento de que a agressão física se apresenta como resultado de uma série de violências que acontecem antes, e que pode levar ao feminicídio. “A violência é só o final. É a última etapa em uma sociedade estruturalmente concebida para que as mulheres sejam subjugadas. Então, vem lá do comecinho, na construção de feminilidade e de masculinidade quando ainda somos crianças”, resgatou Thaís, referindo-se à cultura patriarcal que sustenta as violências de gênero.
A produção mostra um casal socializando com outras pessoas em uma confraternização, onde o homem é descontraído com todos e atencioso com a sua parceira. Após saírem da festa, no entanto, ainda no carro, esse mesmo homem demonstra um comportamento completamente diferente. As agressões seguem no elevador, até chegarem em casa. No final, a cena de viaturas da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros chegando ao prédio dá a entender que a agressão contra a mulher terminou em tragédia. O principal objetivo do filme é chamar atenção de todos para a necessidade de falar sobre a violência contra mulheres e a importância de denunciar os agressores.
O vídeo, produzido e dirigido por mulheres, tem os homens como um público essencial para o debate e combate às violências de gênero. Mas, nos bastidores, as mulheres também são protagonistas. “O assunto é muito sensível. Claro que a gente precisa ter homens no set para falar sobre violência contra a mulher. Inclusive, a gente precisa contar com a presença dos homens e já sabíamos que os teríamos na equipe, porque a gente tem poucas mulheres nesse espaço. Mas, buscamos, principalmente, que a diretora de cena e a assistente de direção fossem mulheres, liderando esse trabalho”, detalhou a coordenadora de produção da campanha Flávia Souza.
Em cena, a atriz Alessandra Santana, que representa a vítima de violência no filme da campanha, disse que viver a experiência de violência, mesmo na ficção, foi um desafio. “A gente está ali, só representando, mas eu tremia durante a cena. Lembrei que eu já assisti a um caso parecido na minha família e eu incentivei minha tia a sair da situação de abuso”. Por isso, segundo a atriz, o convite foi muito significativo, justamente porque essa é uma luta de todas as mulheres.
O eletricista Juscelino Nunes, responsável técnico das gravações das cenas, concordou com ela. “Apesar de saber que é ficção, ficamos angustiados vendo a mulher totalmente refém do cara, que agride ela dentro da própria casa. Mas, essa é uma realidade que existe em muitos lares”, constatou.
Para criar uma cultura de enfrentamento à violência na Bahia, Elisângela Araújo, titular da Secretaria de Políticas para as Mulheres do Estado (SPM), explicou que o filme é apenas uma das estratégias que levam o tema para o debate público. Os eixos de trabalho consideram a atuação nas redes sociais, nas escolas e nas ruas. “Essa campanha vai estar em todos os lugares que a gente puder alcançar, mas também na rede de Educação do Estado, do Município, privada e nas universidades. Porque a questão das violências de gênero, principalmente a doméstica, que corresponde a 77,9% das violências, acontece dentro de casa. E, para isso, a educação é o melhor espaço para a prevenção. Precisamos prevenir, não só combater”, destacou a secretária.
Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram
Mais Notícias
Bahia
Bahia vai receber mais de 800 equipamentos e obras do Novo PAC Seleções
Com um investimento total de R$ 18,3 bilhões distribuídos em cinco modalidades, o Novo PAC Seleções abrange 11% dos municípios...
09/05/2024 às 11h18
Bahia
Aeroporto de Salvador terá novas rotas na temporada de férias de julho
Rotas sazonais para São José dos Campos, São Luís, São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba foram criadas para atender...
09/05/2024 às 09h34
Bahia
Caminhão que transportava grama tomba na BA-084 próximo a Oliveira dos Campinhos
Autoridades estiveram no local para apurar e fazer a remoção do veículo.
09/05/2024 às 07h52
Bahia
Estado e municípios baianos informam investimentos de mais de R$140 milhões ao painel “Transparência dos Festejos Juninos"
As informações foram enviadas a cerca de um mês da cerimônia pública de apresentação da versão 2024 do Painel Junino,...
08/05/2024 às 17h12
Bahia
Em cinco minutos, câmeras de Reconhecimento Facial encontram criança autista desaparecida em Itabuna
Trabalho das equipes do Centro Integrado de Comunicações auxiliou os policiais na localização da garota.
08/05/2024 às 17h07
Bahia
Homenagens às mães já começou no Hospital Roberto Santos
Organizada pelo serviço de terapia ocupacional do HGRS, a atividade ocorreu na terça-feira (7), à tarde, e reuniu mães, filhos...
08/05/2024 às 16h17
e preciso combater a violência de forma geral ,o q eu vejo e muita mulher se ferrando porquer interpreta impoderamebto como se fosse algo q lhe Dereito de sair por aí fazendo tudo aí o bixo pega pra sociedade E Dereitos iguais pra Deus a mulher e submissa a seu marido
As autoridades sabe onde está a raiz do problema.
Campanha só gasta dinheiro.