Educação

Alunos da Escola Cívico Militar, em Jaíba, lamentam encerramento do Programa

o Prefeito de Feira informou que vai dar continuidade ao projeto, mesmo sem os recursos do MEC.

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Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade
Foto: Ed Santos/ Acorda Cidade

Na última quarta-feira (12) o Prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins Filho, foi informado pelo Ministério da Educação (MEC), sobre o encerramento do Programa Nacional das Escolas Cívico Militares, que vai afetar a Escola Cívico Militar Municipal Quinze de Novembro, no distrito de Jaíba, em Feira de Santana.

O programa do governo federal, liderado pelo MEC, a Secretaria de Educação Básica e o Ministério da Defesa, estão desmobilizando o trabalho da educação em conjunto com as Forças Armadas.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

A Escola Cívico Militar Municipal Quinze de Novembro é a única do estado a fazer parte do programa. A escola foi reconhecida pelo MEC, em 2021, como destaque no ensino pela organização e desenvolvimento das atividades entre professores e alunos.

A estudante do 9º ano, Aiana Santos Brito, de 14 anos, estuda na escola muito antes da implementação do programa. Entrevista ao Acorda Cidade, ela lamenta o encerramento e falou sobre o aprendizado obtido.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Eu fiquei triste, porque a escola nos ajuda a ter respeito pela nossa nação, nos forma patriotas, seres civis, nos ensina a ter respeito. Às vezes os alunos reclamam porque passam muitas atividades, mas temos que dar valor. Aprendi muito. Realmente comecei a dar valor às coisas pequenas, porque reclamamos do que a gente tem, falamos coisas que não devíamos falar e a escola vem nos ensinando a ter respeito pela nossa pátria. A tomar decisões corretas em nossa vida”, disse a aluna. 

Mikaele Santos Cardoso, de 14 anos, está no 8º ano e estuda na escola desde o 1º ano. Ela contou ao Acorda Cidade como foi o processo de adaptação ao programa.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“No começo quando falou que iria colocar a escola, eu pensei que não iria gostar. Mas com o tempo, quando fomos conhecendo mais os monitores, a gente sabe que o que eles estão falando é para o nosso bem. Eles não querem ver a gente lá na frente cometendo algum erro, sendo que aqui, eles nos ajudaram a melhorar esses erros”, informou a estudante. 

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

De acordo com a vice-diretora, Edna Cirino, a escola bateu o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), com uma nota de 4.6. No início do programa, o local foi escolhido por ter baixo rendimento no Ideb.

Ao Acorda Cidade, ela contou como o programa da escola atua e impacta no cotidiano dos alunos.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“As pessoas confundem muito que a escola tem uma gestão militar, aquela coisa dura. Mas lembrando que temos uma gestão civil, temos uma rede de apoio pedagógico que acompanha o aluno durante todo o seu período escolar. O acompanhamento é feito por psicólogo e psicopedagogo. Temos uma supervisão de ensino que garante todo o andar pedagógico e temos a gestão militar que nos apoia na questão disciplinar e em outras questões”, explica a vice-diretora.

Foto: Reprodução

Em entrevista ao Acorda Cidade, o Prefeito de Feira informou que vai dar continuidade ao programa, mesmo sem os recursos do MEC. Sabendo disso, Edna tranquiliza a comunidade, pais e alunos sobre a continuidade da qualidade do ensino e da organização da escola. Ela confirmou que a Secretaria de Educação do município informou o apoio ao programa. 

“Os pais ficaram confusos, achavam que o programa iria acabar, que os filhos não teriam a rede de apoio, a qualidade do ensino. Mas estamos muito tranquilos quanto a isso, nós temos uma organização estrutural muito boa na escola, estamos para ir para uma prédio novo, onde a infraestrutura será bem melhor e continuaremos mantendo a mesma ordem e a mesma organização que a escola já possui”, disse.  

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Ainda de acordo com Edna, a escola tem mais de 500 alunos e funciona com aulas integrais, nos dois turnos, a partir do 6º ano.

‘’Os 6º anos que são os anos iniciais aqui, eles [alunos] já entram e passam o dia todo na escola e tem atividades diferentes. Temos mais de 500 alunos. Peço que os pais se tranquilizem porque a escola vai continuar mantendo a qualidade. Se Deus quiser, estaremos no prédio novo e vamos mostrar que a escola cívico militar, funciona sim”, finalizou.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

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Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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