Acorda Cidade

Bandidos fortemente armados invadem o local e espalhamnico em cinematográficas ações de assaltos a bancos. Quem mora no interior, principalmente, viu esse filme. que este ano ele está sendo reprisado. Em dobro.  

Nos dois primeiros meses de 2012, foram registrados 42 ataques a bancosentre assaltos e tentativas – em todo o estadoincremento de 120% em relação ao ano passado, quando no  mesmo período  19 ações foram contabilizadas pelo Sindicato dos Bancários da Bahia.

Entre os atores que contribuíram para o aumento do número de ocorrências, de acordo com o delegado Márcio César da Silva, titular da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR), está o motim de PMs. “O que aumentou muito a estatística foi essa situação (o motim da PM). Se analisar, a maioria foi nessa época”, ressalta Silva.

Durante a paralisação (1º a 11 de fevereiro), aconteceram 13 ataques no estado com objetivo de rouboataques a tiros não foram somados. Nos 11 primeiros dias de janeiro foram sete.


Ataque e, Dias D'Ávila foi um dos 11 com uso de explosivos (Foto: DiasD'ÁvilaAgora.com)

Distribuição
Das 42 ocorrências, três foram frustradas (Candeal, no Nordeste do estado; Candeias, na Região Metropolitana , e no Itaigara, na capital). Dos 39 assaltos, 11 foram com uso de explosivos (como  Dias D’Ávila, no dia 17 de janeiro, na foto maior),  13 foram com maçaricos, um usou ambos, e em sete ocasiões foram feitos reféns (veja mapa). Em uma das ações, em 26 de janeiro, em Governador Mangabeira, o vigilante  Alvino Gonzaga de Souza, 44, foi morto com três tiros.

A capital e RMS concentraram o maior número de ocorrências (12 – oito em Salvador e 4 nos municípios vizinhos), seguidas pelo Recôncavo baiano (6) e regiões Sul e Centro-Norte – 5 cada uma. A região Oeste não sofreu nenhum ataque.

O aumento no número de  ataques em Salvador chama a atenção: quadriplicou com relação ao ano passado, quando houve dois ataques em janeiro e fevereiro. Para o delegado chefe da Polícia Civil, Hélio Jorge, a maior circulação de pessoas e coleta de numerários contribuíram.

“São diversos fatores que prejudicaram a Segurança como um todo. Estamos fazendo uma análise criminal onde incremento para saber o que realmente pode ter acontecido”, comenta.

Entre as instituições, o Banco do Brasil foi o que mais sofreu ataques – 26, sendo 21 no interior. O Bradesco foi o segundo maior alvo das ocorrências – 11 vezes. Santander teve três ataques e Itaú, dois.

Cinema
O último episódio do bimestre foi ao ar na última quarta, em Amargosa, a 235 km de Salvador. As cenas rodadas tiveram a ousadia dos bandidos como protagonista.

Antes de chegar aos bancos, o bando, com dez homens, foi até a delegacia, furou pneus de viaturas e fez um agente refém. No caminho até as agências, os assaltantes deram tiros para o alto. Na sequência, invadiram o Bradesco e depois o BB.

A quadrilha formou uma corrente humana com clientes e funcionários enquanto limpava o cofre. Na fuga, o bando levou nove reféns, jogou moedas para cima e incendiou um carro. Os reféns foram deixados na localidade de Ribeirão. Ninguém foi preso.

Ontem, o clima ainda era tenso. Até helicóptero da PM ainda circula na região. “A gente mora no interior e quando acontece algo assim parece coisa de filme. O medo existe independente de acontecer e agora aumentou”, relata a doceira Adélia Freire, 44.

Ela, que mora perto do cenário, preocupa-se com o retorno dos bandidos. “Os bancos estão funcionando com policiamento, mas a gente não sabe se eles vão voltar e serão os mesmos”. (Correio)