Greve da PM

Falta de segurança afasta médicos de postos de saúde

A equipe do Acorda Cidade teve acesso as unidades de saúde e comprovou as dificuldades dos profissionais de saúde para atender a população. Temerosos, técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos estavam bastante tensos. Os portões são mantidos fechados e os médicos só comparecem para atender os pacientes se forem acionados por telefone.

Daniela Cardoso e Ney Silva

 
Com receio de ameaças e agressões, profissionais de saúde que trabalham em UBS (Unidade Básica de Saúde) e PSF (Postos de Saúde da Família) estão fazendo o atendimento aos pacientes com postos fechados e em alguns,sem médicos. Eles estão de sobreaviso e atendem quando são acionados pelas coordenações das unidades de saúde.
 
 
O comandante da Guarda Municipal, Marcos Vinicius, informou que guarnições do Exército vão fazer o policiamento em alguns bairros onde estão localizados as UBS e os PSF, principalmente em áreas de maior risco, como os conjuntos, Parque Panorama, Oyama Figueiredo e o bairro Sitio Matias.   
 
Nesses locais a equipe do Acorda Cidade teve acesso as unidades de saúde e comprovou as dificuldades dos profissionais de saúde para atender a população. Temerosos, técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos estavam bastante tensos. Os portões são mantidos fechados e os médicos  comparecem para atender os pacientes se forem acionados por telefone.
 
Médico que atende na rede de Atenção Básica, o ortopedista Nantes Belas Vieira, confirmou que o clima é tenso e que os profissionais de saúde estão se sentindo inseguros para trabalhar. Ele contou que teve que substituir uma médica que estava trabalhando na UBS do bairro Aviário que estava ameaçada de invasão por bandidos.
 
 
“Minha colega se sentiu mal e eu tive que ir atender a população. Isso não deve acorrer e é preciso se resolver de forma rápida. Nós médicos estamos sofrendo na pele com essa situação e ninguém está disposto a arriscar a vida para tentar salvar vidas”, afirmou Nantes.
 
Na opinião dele, alguns médicos tem razão em não ir trabalhar diretamente nos postos, porque correm risco de agressões. 
 
O coordenador da policlínica do bairro Tomba, José Pires Leal, informou que essa insegurança vem ocorrendo apenas nos postos de saúde da rede básica. Ele acredita que essa situação vai ser resolvida nas próximas horas, devido a um mapeamento que foi feito em vários bairros da cidade para que a presença de militares, que já é uma realidade nas policlínicas, possa acontecer também nas UBS e PSF. 
 
 
Fotos: Ney Silva/Acorda Cidade