Feira de Santana
De volta para casa: Comboio trazendo trabalhadores resgatados no RS chega à Bahia
Os trabalhadores foram submetidos à condições degradantes de trabalho, tais como atrasos nos pagamentos dos salários, submetidos a uma exaustiva jornada de trabalho.
27/02/2023 às 12h02, Por Acorda Cidade
Nesta segunda-feira (27), os ônibus transportando 194 trabalhadores encontrados em situação semelhante à escravidão chegaram ao estado da Bahia. O comboio saiu de Bento Gonçalves (RS) na noite de sexta-feira (24) e por volta das 11h de hoje o primeiro ônibus parou no posto da PRF, em Feira de Santana.
Dos 207 homens resgatados em condições degradantes de trabalho na serra gaúcha, 194 deles voltaram para a Bahia. Outros quatro baianos preferiram permanecer no Rio Grande do Sul. Nove são gaúchos e também retornaram aos municípios de origem.
Foi um trajeto de aproximadamente 3.000 quilômetros, percorrido em sua grande maioria percorrido por rodovias federais, atravessando diversas cidades das regiões Sul e Sudeste até chegar à Bahia.
Todos estavam muito animados por finalmente voltarem para casa e poderem reencontrar seus familiares.
Os órgãos envolvidos já iniciaram os procedimentos de investigação e irão analisar individualmente os direitos trabalhistas de cada trabalhador, que inclui o pagamento das verbas rescisórias e outras indenizações, além da punição dos responsáveis.
O artigo 149 do Código Penal Brasileiro traz a definição de trabalho análogo ao escravo. Ele inclui no conceito as condições degradantes do trabalho, a jornada exaustiva, o trabalho forçado e a servidão por dívida.
Entenda o caso
A ação foi desencadeada na última quarta-feira (22), após três trabalhadores procurarem a unidade operacional da PRF em Caxias do Sul dizendo que tinham fugido de um alojamento em que eram mantidos contra a sua vontade.
A PRF acionou o MTE e a PF para averiguar a denúncia dos trabalhadores. As equipes foram ao local indicado e os auditores do Trabalho constaram que havia em torno de 207 homens em situação análoga à escravidão.
Além disso, os homens relataram que estavam sendo submetidos à condições degradantes de trabalho, tais como atrasos nos pagamentos dos salários, submetidos a uma exaustiva jornada de trabalho, alojados em uma edificação precária e a eles eram ofertados alimentos estragados. E além das condições desumanas de trabalho, os homens disseram que eram humilhados, recebiam ameaças verbais e agressões físicas.
Também relataram que eram coagidos a permanecer no local sob pena de pagamento de uma multa por quebra do contrato de trabalho.
Esses homens, em sua grande maioria proveniente da Bahia, foram recrutados para trabalharem em diversas vinícolas na região de Bento Gonçalves (RS), com a promessa de receber salário, acomodação e alimentação. Ao chegar no local, encontravam uma situação diferente das prometidas pelos recrutadores.
O responsável pela empresa, que mantinha os trabalhadores nestas condições análogas ao de trabalho escravo, foi preso e encaminhado para a Polícia Federal em Caxias do Sul. Ele tem 45 anos de idade e é natural de Valente/BA.
Denúncia
O trabalho análogo à escravidão é uma modalidade criminosa que compõem o rol de violações aos Direitos Humanos combatidas pela PRF.
Vale ressaltar que o trabalho escravo ainda é uma realidade persistente no Brasil e diversas atividades são organizadas pela sociedade civil, sindicatos e poder público com o objetivo de se combater e erradicar esse tipo de crime. As denúncias nas rodovias podem ser realizadas através do telefone 191, que funciona em todo o Brasil. A ligação é gratuita e não é preciso se identificar.
Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram
Mais Notícias
Polícia
Mortes violentas têm redução de 8,7% na Bahia em 2024
De janeiro a maio deste ano foram registrados pela Polícia Civil 1.746 casos, contra 1.912 ocorrências nos primeiros meses de...
15/05/2024 às 13h28
Feira de Santana
Campanha nacional da PRF arrecada doações para o Rio Grande do Sul
Ao Acorda Cidade, a inspetora da PRF, Lívia Marcelino informou quais materiais são necessários neste momento para doação.
15/05/2024 às 12h55
Polícia
Policiais desmontam acampamentos usados por traficantes em Maragogipe
Armas, munições, drogas, balanças e roupas camufladas foram encontradas nesta quarta-feira (15).
15/05/2024 às 11h10
Polícia
Polícia Federal realiza erradicação de plantios de maconha no norte da Bahia
Cinco pessoas foram presas em flagrante e duas armas de fogo foram apreendidas.
15/05/2024 às 09h36
Política
Em audiência, deputados questionam plano de investimento bilionário da Coelba; empresa prevê investir R$ 13,3 bilhões em 3 anos
Audiência pública, proposta pelo deputado Robinson Almeida, discutiu assunto. Concessão da Coelba vence em 2027.
14/05/2024 às 21h29
Bahia
Homem é encontrado morto na zona rural de Irará
Até o momento, não há informações sobre autoria nem motivação do crime.
14/05/2024 às 17h26
E a indenização moral que essas vinícolas e 23 empresas (cuja o nome foram ocultados) ninguém falou ainda. E voltarem para casa só com 500,00 reais? Cade os salários de 2 meses no minimo. Esses homens foram torturados, ficaram em cativeiros. Espero mais dessa justiça.
Os órgãos envolvidos já iniciaram os procedimentos de investigação e irão analisar individualmente os direitos trabalhistas de cada trabalhador, que inclui o pagamento das verbas rescisórias e outras indenizações, além da punição dos responsáveis.
Podem ficar calmos..aki na Bahia onde o PT reina eles iram comer picanha e tomar cervejinha todo final de semana….fazueli
Não são escravos senhora e esse termo deveria se abolido do seu dicionário, a escravidão foi abolida no país em 1888. São trabalhadores que foram Ludibriados com a promessa de trabalho digno. E ao meu ver, pelo seu comentário, acredita que a submissão ao trabalho escravo seria melhor para eles? Lastimável!
E a história vai continuar de repetindo? quando esses escravos chegarem aqui,oq tem para eles,as ruas?vão fazer oq pra sobreviver?vai ser pago alguma identificação?