Política

“Minuta do golpe”: Qual a reflexão que fazemos sobre a reversão das eleições? - por Frei Jorge Rocha

A análise política foi destacada no Programa Acorda Cidade, nesta sexta-feira.

13/01/2023 às 18h05, Por Dilton e Feito

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Palácio do Planalto na Praça dos Três Poderes em Brasília
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Nesta semana, durante uma busca e apreensão na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, a Polícia Federal (PF) encontrou um documento que previa rever o resultado da eleição presidencial.

Em análise global, como também de aliados aos lados partidários, avalia-se que o ex-presidente Jair Bolsonaro ficará ainda mais fragilizado. No programa Acorda Cidade, na edição desta sexta-feira (13), o Superintendente da Rede de Rádio Capuchinhos, o Frei Jorge Rocha, através de uma análise política, destacou os questionamentos acerca do documento que mudaria o cenário político atual. Confira a reflexão:

É uma área da ciência política. É uma área que a gente tem que transitar também tranquilamente, sem partidarismos, mas, a primeira atitude é de espanto, um grande espanto. Diante do espanto, ficam agora algumas perguntas: por que será? Qual o seu intuito? Não podemos fazer afirmações categóricas, mas está no tempo das perguntas. Este é um grande momento em que a filosofia e as ciências políticas fazem perguntas. A grande arte da filosofia é perguntar, nem tanto responder, provocar, para poder incitar a reflexão e sobretudo, levar as pessoas a racionalidade. Essa é uma coisa muito importante. Então, nós estamos percebendo que nós estamos vivendo em um mundo no qual a racionalidade não está sendo contemplada, parece que está tendo um poder pelo poder a qualquer maneira, a qualquer custo apenas para manutenção do status quo e isso nos leva a um processo de reflexão.

Reflexão, gosto muito de fazer a etimologia, filologia com as palavras, reflexão quer dizer enviar luz, precisamos enviar luzes sobre as coisas que estão acontecendo. Quais são as luzes que precisamos enviar? Da democracia, do respeito ao estado democrático de direito, dos direitos individuais, dos direitos coletivos e sobretudo, o grande direito conquistado a duras penas e com sangue, a democracia.

Esta tentativa de decreto, rascunho de decreto, é uma preocupação. É uma preocupação para as instituições que estão se consolidando na tão jovem democracia, mas nós precisamos olhar agora com muita atenção, com preocupação e agora vem o terceiro momento, é a prevenção. Isto, ou coisa do gênero não pode acontecer no nosso meio. Por isso, a ciência política, a filosofia política está refletindo neste momento sem fazer juízos, porque se fizer juízo, o discurso ficará prejudicado. Precisamos nos perguntar para podermos compreendermos o que está por trás, o que está por vir dentro da situação.

Contudo, é um momento preocupante para a nossa jovem democracia.
Dentro das perguntas que questionamos nesta situação surgem outras perguntas: por que não foi publicado? Se tivesse publicado, mediriam as consequências do que isso poderia acatar, ocorrer? Quem ganharia com isso? Qual o nível de credibilidade que isso teria na sociedade? Como seriam vistas as figuras que impeliram isso na sociedade? São perguntas, não há afirmações. Como ficaria o Brasil diante do cenário internacional? Que tipo de credibilidade teria a nossa economia no cenário internacional? Nossas relações diplomáticas, como ficariam? A resposta nós não temos, afirmações, não temos, mas o espanto, este nós precisamos ter.

Foto: Fundação Santo Antônio

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